Estrelas Dor que não passa. Clara de Sousa recorda a última mensagem que o pai lhe enviou antes de morrer: “Não te preocupes que estou bem”

Habituada a dar notícias aos portugueses, Clara de Sousa, de 57 anos de idade, não esquece uma das piores notícias que recebeu na sua vida. A 31 de julho de 2021, o pai, José de Sousa, morreu. E, ainda hoje, essa é uma dor que não passa.

Em entrevista a Conceição Lino no podcast Geração 60, a pivô recordou o progenitor. “O meu pai era sempre uma festa e foi assim até aos últimos dias da sua vida, muito, muito descontraído, muito livre. Ele viveu tempos complicados no tempo da ditadura pelas suas opções políticas e, portanto, um homem que também exacerbava esse direito a falar e a liberdade de comunicar as suas ideias”, começou por revelar. Em seguida, não esquece os momentos divertidos em que acompanhou José de Sousa “com os amigos a discutir política enquanto comia umas bifanas ou um caldo verde.” “Era sempre um bocadinho um espírito em festa mesmo que estivesse a falar de coisas mais sérias”, acrescentac

Clara de Sousa herdou do pai e ”essa descontração”. “Mesmo nos tempos mais difíceis, em que tive de encontrar formas para ser cuidadora ou nos momentos em que não podia estar, arranjar soluções, que é uma coisa que as pessoas que ficam com os pais têm que equacionar. Mesmo esses momentos, guardo-os com imenso carinho e preferia mil vezes que tivesse a cuidar dele, mesmo que ele estivesse mais incapacitado, mais do que não o ter”, considera.

Aliás, a pivô do Jornal da Noite assegura mesmo que José de Sousa manteve esta descontração até à hora da morte. E ainda hoje recorda uma atitude do progenitor que a marcou: “Horas antes de morrer, ele mandou-me um vídeo a dizer ‘filha, não te preocupes, que eu estou bem’.” Mas nunca mais voltou a vê-lo: “Tenho esse vídeo no meu telemóvel mas ainda não consegui voltar a vê-lo, porque era sempre ‘eu estou bem, não te preocupes, fica bem’.”

Por fim, Clara de Sousa explica como lidar com a dor. “É algo que mexe muito comigo. Mas tento sorrir para dor, no sentido em que tento dar valor ao tempo que os tive, lembrar os bons momentos”, finaliza.