1. A TVI anunciou, com pompa e circunstância, Paulo Futre no elenco de ‘Rua das Flores’, mais uma novela de Cristina Ferreira. A diretora de Entretenimento e Ficção foi atacada, por famosos e anónimos, por estar a dar palco a quem não é ator, quando tantos estão no desemprego, e defendeu-se, como sabe. "As críticas são-me indiferentes. Eles são atores, eu sou diretora. Eu é que sei o que é que quero para cada um dos projetos. Se eu acho que ele é perfeito para aquilo que vai fazer... Se há alguém que tem dado espaço a pessoas que estavam afastadas da representação, essa pessoa sou eu. Eu vou continuar a fazer o meu trabalho."

É bom que Cristina defenda os seus até ao fim, que defenda as suas ideias, se acredita nelas, é mau que Cristina, para justificar a contratação do ex-futebolista, cometa o pecado de sempre: colocar o "eu" acima do "nós". Aqui, em poucas palavras, disse cinco vezes "eu". Pensava que, com a chegada de José Eduardo Moniz a diretor-geral da TVI, o egocentrismo deixaria de existir na estação de Queluz de Baixo, mas, afinal, enganei-me.

Quanto a Paulo Futre ir fazer uma novela, recordo que não é a primeira vez que isso acontece – em 2011, esteve em '

, na SIC. Se tem jeito para ator? Claro. Quem comenta futebol e as suas polémicas, durante anos, conseguindo defender Sporting, Benfica e FC Porto em simultâneo, só pode ser um verdadeiro artista.       

2. Das dezenas de especialistas que já vi e ouvi na televisão sobre a guerra na Ucrânia – alguns deles dão dó –, há um que me enche as medidas: o major-general Agostinho Costa, na TVI/CNN Portugal. Sereno, com um vasto currículo em operações militares da NATO, dá verdadeiras aulas aos espectadores. Sem cegueiras.

3. Foi anedótico o episódio de Pedro Bello Moraes, há dias, na CNN Portugal. Acontece aos melhores – não é aqui o caso –, mas errar duas vezes no intérprete de '

, uma delas na brincadeira – começou em Elton John, passou por José Cid e acabou (bem) em John Lennon –, é mau demais.