João Pereira, de 40 anos de idade, foi outrora um nome reconhecível do futebol português, fazendo parte da equipa principal da Seleção Nacional portuguesa durante vários anos. O adeus aos relvados fê-lo seguir o caminho de treinador, correndo dois dos escalões de formação do Sporting, clube onde teve três passagens como jogador. Nesta segunda-feira, o até aqui treinador da equipa 'B' dos leões foi anunciado pelo Sporting como o sucessor de Ruben Amorim.

O percurso de João Pereira fica indelevelmente marcado pelas suas origens humildes, que não só nunca escondeu, como nelas sempre mostrou orgulho. Crescido no Casal Ventoso e na Meia Laranja, nas décadas de 1980 e 1990, quando tinham uma fama negativa como estando entre os bairros mais problemáticos de Lisboa. Quando já jogava no Benfica, onde terminou a formação e começou a carreira senior, fazia questão de levar os colegas até às entranhas desse local, por muitos temido.

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Foram também as duas localidades que chegou a inscrever nas botas, como mostrou numa publicação do Facebook: "Porque a pessoa que me tornei e o que alcancei também se deve muito ao local onde cresci e às pessoas que nele habitavam... aí está uma forma de agradecer! Casal Ventoso e Meia Laranja... com orgulho!"

Com Ruben Amorim partilha uma particularidade: o seu passado benfiquista. "Joguei 13 anos no Benfica e ia estar a ser hipócrita dizer que era do Sporting desde pequenino, porque não sou. Aprendi a gostar do Sporting. Gosto muito do Sporting. Sou muito agradecido ao Sporting. E hoje em dia se me perguntarem quem é que eu quero que ganhe eu vou dizer que é o Sporting porque me ajudou e deu-me muita coisa. O Benfica também me deu mas o Sporting tratou-me melhor do que aquilo que fui tratado no Benfica. Não gosto de cuspir no prato onde comi. Nunca disse mal do Benfica, nunca vou dizer mal do Benfica", contou à página Recepção Orientada.

Para além disso, foi com Amorim como treinador que chegou ao Sporting pela última vez, tendo ainda ido a tempo de conquistar um campeonato de leão ao peito, algo que apenas tinha conseguido... no Benfica, 16 anos antes. Na altura da chegada, o ex-treinador sportinguista fez uma declaração que se tornou viral sobre o provável sucessor, com o seu característico humor: "É muito ranhoso e encaixa perfeitamente na nossa ideia." Os dois ficariam a trabalhar juntos na estrutura do Sporting até agora. 

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Como jogador, era caracterizado pelas suas atitudes por vezes intempestivas, que se traduziam em muitos cartões. Depois de sair do Benfica, ainda jovem, "renasceu" no Sp. Braga, tendo sido contratado pelo Sporting, numa operação contestada já que tinha anticorpos entre os adeptos leoninos, por causa de um desaguisado num dérbi. A sua "garra" em campo fez com que os sportinguistas ultrapassassem esses conflitos idos e rapidamente se tornou num dos favoritos. Saiu para o Valência, onde também teve sucesso e de onde acabaria por sair depois de um diferendo com o treinador português Nuno Espírito Santo. Seguiram-se passagens por Hannover, novamente Sporting, Trabzonspor e, finalmente o regresso a Alvalade, onde ficou. Pelo meio, 40 jogos pela Seleção Nacional, estando nas equipas do Euro 2012 e do Mundial de 2014.