Francisco Moita Flores deixou a televisão. O antigo inspetor da PJ viveu um longo "romance" com a caixa mágica, mas agora diz que chegou ao fim. Aos 69 anos, vai dedicar-se à escrita, paixão quer perdura. O alentejano, que é casado com Filomena Gonçalves, tem um novo romance nas livrarias: 'A Despedida de Ulisses'.  Nos últimos tempos, Moita Flores foi comentador permanente da CMTV, mas agora decidiu que era tempo de se "reformar" desta faceta. E em entrevista à TV Guia explica os motivos. Pode ler aqui um excerto. A entrevista completa está na edição da TV Guia desta semana.

Porque decidiu afastar-se agora da televisão? 

Saí, estou farto de televisão. Fiz televisão durante 30 anos…

O processo em Santarém, em que foi acusado de crimes de peculato, e que ainda corre em tribunal, do tempo em que era presidente da Câmara, também o fez desistir da exposição pública?

Não me toca. Isso passará devagarinho. Sei como a justiça e a comunicação social funcionam: tens as grandes notícias para pôr o povo em pé de guerra e depois passa.

Vi uma notícia recente, que é só um apontamento, com um paparazzo seu publicado no jornal 'O Mirante', em que destacam, depreciando características físicas suas, dizendo que está cada vez "mais curvado e mais careca". Sentiu-se achincalhado com essa publicação? Esses tipos são os meus eternos inimigos. Só somos achincalhados por quem permitimos que achincalhe. Isso é um pasquinzito. Não me achincalham nada. Montaram-lhe uma guerra para o aniquilar, foi isso? Fizeram-lhe um assassinato político em Santarém?

Montaram-me uma guerra político-partidária de putos ambiciosos e sem escrúpulos, sem caráter. Nenhum deles tinha vida se não fosse eu. Dei-lhes vida e no fim quiseram matar o ‘pai’. Então inventaram todas as m*rd*s possíveis.

Acha que foi ingénuo na forma como geriu este episódio da sua vida?

Não, não fui ingénuo. No princípio, quando entrei na política, pensei que era tudo gente séria. Mas não é. Há canalhas do caraças. Alguns estão ali só para se conseguirem governar. Assassinando seja quem for….

Não foi isso que o deitou abaixo.

Não, estou farto de pulhas desses. Passei a vida a aturá-los. O que me atira abaixo é a idade, a saúde, a pandemia. Isso sim, foi perturbante. E depois a vida: sou um homem com quase 70 anos. Com 20 romances escritos, 18 séries, 4 novelas, 7 ou 8 filmes, 7 ou 8 peças de teatro. Acha que é O Mirante que me atira abaixo? (risos). Nem olho para isso. Foi uma vida demasiado cheia.

O processo judicial então é uma canalhice? É isso?

O processo não fala de mim. Fala dos gajos do partido que lá estão. Fala do caráter deles.