Foi em lágrimas que o secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos, de 46 anos de idade, falou do aborto que a mulher, Ana Catarina Gamboa, de 42, sofreu em 2022, pondo fim ao sonho do casal de aumentar a família e dar um irmão a Sebastião, de 7. “Havia projetos de vida que nós não conseguimos, e que foram muito duros. Nem sempre se consegue tudo o que desejamos. Também queríamos uma família maior e nunca conseguimos. Houve desejos que muitas famílias têm e, desse ponto de vista, 2022 foi muito duro. Como é que uma coisa tão importante para nós, que nos aconteceu, e depois tenho de fazer de conta que estava como antes? Foi um ano de altos e baixos. Tivemos uma grande alegria e depois temos uma grande desilusão. O Sebastião pedia um irmão e o nosso filho é a melhor coisa que temos na nossa vida.”

Confirmando que a sua candidatura ao PS “era um segredo muito mal guardado”, Pedro Nuno Santos mostrou, na SIC, uma faceta mais melancólica e falou do filho, da mulher e da família, garantindo sempre que os vai proteger e tentar manter afastados desta sua jornada política. “A Catarina vai ficar mais afastada na campanha, porque o que está aqui em causa é o homem político. Não quer dizer que a família não acompanhe, mas não serão instrumento de campanha.” Mais à frente, o socialista esclareceu o episódio em que Sebastião invadiu o congresso do partido para ir ter com o pai ao palco: “Tive um momento que foi mal interpretado no congresso, em que o meu filho foi ter comigo. Disseram logo que eu estava a instrumentalizar. Não estava previsto ele ir com a Catarina ao congresso e muito menos subir ao palco.”

Apesar de querer manter a família afastada, o sucessor de António de Costa não esconde o carinho e consideração que sente pela mulher: “Quando nos conhecemos, pegávamo-nos muito. Ela também é ‘pespineta’ e tem uma personalidade forte, muito senhora de si, inteligente, e isso seduziu-me bastante. As pernas ficaram a tremer, ainda hoje ficam. Quando tenho dúvidas, é com a Catarina que procuro tirá-las e reafirmar-me. Sou muito melhor pessoa porque estou ao lado dela.”

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O líder o PS assumiu que 2022 “foi um ano terrível” para si. “Só se fosse um sociopata é que não sentiria nada. As pessoas confundem tomar decisões com impulsividade, o País só avança se deixarmos de arrastar os pés. Sou impetuoso. Magoa-me dizerem que não sou confiável”, esclareceu.