Sara Norte, de 39 anos de idade, não é mulher de ficar calada e, mais uma vez, mostrou a sua revolta pela precaridade que se vive no mundo da representação. Muitas vezes sem trabalho, outras com ordenados baixos, os atores sao obrigados a sobreviver e a trabalhar quase até morrer. 

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A comentadora do 'Passadeira Vermelha', que está há três anos sem projetos em televisão, dá um murro na mesa e mostra-se revoltada com as condições em que os artistas trabalham. "Se tivesse uma boa reforma, reformava-me já. Ou se faz um PPR, ou não se podem reformar. Os atores como o meu pai, com 72 anos, que tem de trabalhar 12 horas por dia porque não se pode dar ao luxo de se reformar. Vai ter de trabalhar até morrer, a menos que ganhe o Euromilhões. O meu pai e muitos artistas."

Uma coisa é certa: se ganhasse o Euromilhões, ponderava nunca mais trabalhar. "Aproveitava para viajar e trabalhava noutras coisas. Abria a minha associação de animais e nunca mais me preocupava. Trabalhava, mas tinha os meus projetos com o meu namorado."

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Sem convites para fazer trabalhos como atriz, Sara Norte afirma que não tem medo de arregaçar as mangas e pôr as mãos na massa, seja em que área for e é com esse pensamento que tem ganho ânimo e força para se sentir bem com ela própria. "Não tenho de ser atriz para me sentir útil. Sou muito mais do que isso. Se fosse um trabalho que me definisse, eu estava completamente triste porque não me dão trabalho como atriz. Se só me sentir útil como atriz, então sinto-me uma porcaria. Porque há três anos que não tenho trabalho como atriz."