Tem 46 anos de idade e jura que não os trocava pelos 20 que viveu. É desta forma que Sónia Brazão encara a vida, depois de quase ter perdido a vida numa explosão, em 2011, no seu apartamento em Algés, Oeiras. "Adoro os meus 40 anos e não os trocava por nada. Nem pela pele bonita e a cabeça jovem daquela altura dos 20. Gosto dos meus 40 como gostei dos 20 que já vivi", declara em exclusivo à 'TV Guia' desta semana.

A serenidade da atriz e formadora tem agora uma nova razão de ser: "Aprendi no ioga que temos de refletir sobre tudo. Refletimos numa coisa que gostaríamos de mudar hoje, uma coisa importante que acontece nesse dia. Agradecer e recordar o que queríamos mudar", explica à mesma revista, avançando quanto tempo dedica a esta terapia oriental: "Medito 10 minutos em hora e meia de ioga, quatro vezes por semana. O ioga é uma das coisas que me faz não querer voltar aos 20 e ficar nos 40. Foi um reencontro comigo. Aos 36, pensava que nem cá ia ficar. Envelhecer é uma realidade tão intrínseca que muitas vezes não queremos olhar para ela. Não queremos ver. Não há nada que possa fazer que vá lutar contra o envelhecer. Aceitamos, que dói menos."

À 'TV Guia', Sónia Brazão abre ainda mais o coração para confessar que quer uma oportunidade na televisão"Tenho muitas saudades de representar, especialmente de criar personagens, de as construir, que é aquilo que mais gosto e que tenho feito com os meus alunos. Na SIC? Sim, a SIC tem ido buscar muitos atores que estavam afastados. Quem sabe se, um dia, não me vem buscar também? Se for um projecto interessante... Olhe, por exemplo, nunca fiz de pobre."   

AS DORES ASSUMIDAS

A quatro anos de chegar aos 50, Sónia Brazão mostra-se preparada para o que aí vem. "Nessa altura, espero ser uma mulher lindíssima de 50 anos. O mundo à minha volta parecia-me pequeno e quis viver tudo num só dia. Isso a Sónia Margarida mudou em relação à Sónia Brazão. O milagre [teve queimaduras em 98 por cento do corpo] não foi meu. Foi dos médicos, da ciência ou de Deus. Foi uma lição para toda a vida. A dor é dor, independentemente de serem queimaduras ou um cancro", confessa a atriz, sempre apoiada pela mãe, esclarecendo que psicologicamente está reabilitada: "As minhas dores da alma estão bem aceites."

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