Eurovisão Salvador Sobral revolta-se contra decisão da RTP de participar na Eurovisão e faz repto sobre Festival da Canção
Salvador Sobral não escondeu o descontentamento com a decisão da RTP de levar Portugal ao Festival da Eurovisão, não obstante a continuidade de Israel na prova, que conduziu vários países à sua retirada do certame musical, entre os quais, Espanha, por solidariedade com Gaza, onde pelo menos 70 mil pessoas já perderam a vida. O único intérprete vencedor português da Eurovisão acusou ainda a estação pública de ter um comportamento disfórico ao apoiar um espetáculo pró-Palestina e não boicotar a ida de Israel a Viena.
"Ontem fui a Lisboa participar num concerto solidário por Gaza, no CCB, cujo objetivo era angariar fundos para ajudar refugiados palestinianos. Estava completamente esgotado: o povo, quando é para ajudar, junta-se. Estavam todos os colegas, a classe artística também, quando é para ajudar, está sempre lá. Muitos colegas, foi bonito, houve muitos reencontros e foi um concerto muito comovente e bonito", começou por dizer o músico.
"Ora, este concerto vai ser transmitido pela RTP, a nossa televisão pública, no dia 10 de dezembro. Tudo isso é muito bonito e foi uma noite muito bonita. Mas enquanto estávamos lá e o concerto estava a decorrer, estava simultaneamente a acontecer a reunião das televisões públicas da Europa. Foi tomada a decisão que vocês já sabem, que Israel vai participar. Vários países – Espanha, Irlanda, Países Baixos, Eslovénia – decidiram não participar e ficar do lado bom da história, fazendo este 'statement', que é muito simbólico, mas muito potente, porque a Eurovisão é uma coisa muito política, como vocês sabem", acrescentou.
De seguida, apontou a mira à estação pública: "A RTP, o canal do Estado, decidiu participar na Eurovisão, mesmo com a participação de Israel. Aquela expressão de dar uma no cravo e outra na ferradura nunca teve tão sentido como ontem à noite. É a única televisão nacional que transmite um concerto por Gaza, mas ao mesmo tempo tem mais uma vez medo de fazer a coisa certa."
"Aquela expressão de dar uma no cravo e outra na ferradura nunca teve tão sentido como ontem à noite"
Salvador Sobral continuou: "E esta cobardia política que temos é coerente com a cobardia institucional, das instituições públicas. Deixa-me triste, porque é uma questão simplesmente humana e é óbvia a decisão que se tem que tomar."
Por fim, o artista adendou que se opõe à realização do Festival da Canção, mas deixou um repto aos concorrentes: "Atenção, eu não sou contra o Festival da Canção, obviamente apoio, deve fazer-se, porque é uma boa montra para os artistas portugueses, para as cantoras e cantores, compositores e compositoras portugueses. É importantíssimo, porque há muito poucas montras e as rádios só passam música americana. Mas quem ganha o Festival da Canção não vai à Eurovisão, é uma decisão muito fácil. E acho que se podia fazer o Festival da Canção, com outro tipo de recompensa. Se isso não vai ser feito por parte do canal público, cabe aos artistas que participam ter essa clarividência."
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