Francisco Moita Flores, de 71 anos de idade, foi absolvido dos crimes de corrupção e branqueamento, de que estava acusado num processo que ficou conhecido como o caso do Parque de Estacionamento do Jardim da Liberdade. O juiz absolveu todos os outros arguidos, incluindo um filho do ex-presidente da Câmara de Santarém e um empresário da ABB, que era acusado de ter corrompido o então autarca do PSD com 300 mil euros. O tribunal considerou que os crimes não ficaram provados.

O antigo inspetor da Polícia Judiciária, nascido em Moura, já reagiu à sentença, enviada aos amigos, e mostra-se evidentemente um homem feliz. "Foram dez anos a aguardar que se fizesse Justiça. Dez anos!", lamenta, partindo depois para o ataque aos seus inimigos: "Fui absolvido no último dos vários processos que Ricardo Gonçalves e os caciques do PSD de Santarém procuraram usar para me perseguir. Fui absolvido em todos. Qual foi o meu maior crime? Ter permitido que verdadeiros medíocres, gente sem carácter, incapazes do serviço público, se servissem em vez de servir. Desconhecia que a canalhice descesse tão baixo."

O consagrado escritor, autor dos melhores trabalhos de ficção na televisão portuguesa, insiste nas acusações: "A grande obra que Ricardo Gonçalves deixa a Santarém era a minha condenação. Gastou centenas de milhares de euros com o escritório de advogados que encarregou de me perseguir. Em ajustes diretos!!!"

No final da mensagem, enviada terça-feira à noite, Moita Flores mostra-se agradecido a quem nunca desconfiou de si: "Escrevo esta SMS para vos agradecer o apoio, a amizade que me ofereceram durante estes anos. Ficarei para sempre grato. É que os senhores Ricardo Gonçalves, Ramiro Matos, João Leite e afins sejam felizes no ninho de que são donos no PSD de Santarém. A História não se lembrará de tal gente. Forte abraço."

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