Estrelas "Não precisamos de gostar do que fizeram. Também não precisamos de linchá-los". O grito de alerta e o murro na mesa pelos Anjos
Os Anjos têm sido alvo de uma forte polémica desde que decidiram avançar com um processo contra Joana Marques. A narrativa já vai longa, desde a acusação ao julgamento e muitas foram as figuras públicas que se posicionaram contra os irmãos Rosado.
Enquanto aguardam pela decisão final do tribunal, Pedro Chagas Freitas chegou-se à frente para fazer um apelo a quem tanto tem julgado os cantores. "Todos estivemos — no recreio, na sala de aula, na empresa — onde eles estiveram: a sentir que nos gozam, que nos desvalorizam, que fazem troça do que é, para nós, uma vida inteira de trabalho. Ninguém gosta que aquilo que levámos anos a construir com unhas, suor e melodia se torne num sketch de um minuto e meio. Quando se está magoado, o ridículo torna-se sagrado", lê-se numa publicação partilhada nas redes sociais.
O escritor continua, como forma de empatia: "O que os Anjos fizeram — processar quem os magoou — não é nobre, não é bonito. Não deixa de ser humano. É legítimo no código dos ofendidos. A raiva é uma linguagem. Nesse idioma, a vingança é coerente, é o remédio fácil. Todos já engolimos esse remédio. O que estão a fazer-lhes agora é outra coisa: é bullying que vem dos polegares, é a matilha a farejar sangue, a decidir que está autorizada a devorar. Não querem defender a liberdade de expressão; querem sentir-se melhores quando destroem. Rir de quem caiu é, para muitos, a única forma de se sentirem de pé."
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E recorda que os artistas sempre foram amados pelo público, amor esse que devia continuar a ser-lhes dado num momento de pura fragilidade. "O Sérgio e o Nelson parecem boas pessoas, de verdade. Temos de voltar a vê-los assim, é urgente voltar a posicioná-los assim: como pessoas que se sentiram feridas, que tentaram reagir como souberam, ou como não souberam controlar. Reagiram ao desconforto de serem postos em causa, levaram-se demasiado a sério, não tiveram capacidade de se rir de si mesmos. Quantas vezes também fomos assim na nossa vida? A empatia, muito citada e pouco praticada, serve para saber que todos temos os nossos ridículos. Do ridículo à mágoa vai um passo curto. Não precisamos de gostar do que fizeram. Também não precisamos de linchá-los. Isso não tem piada nenhuma. É a maldade a fazer de conta que é o karma."