Estrelas Luciana Abreu dá murro na mesa e revolta-se contra ausência de consequências para pais que não pagam pensão de alimentos

Luciana Abreu foi uma das personalidades a participar na iniciativa 'Três por Todos', da Renascença, contra a violência doméstica, ela que já denunciou ter sido alvo deste tipo de crime, tendo inclusive já ganhado uma batalha em tribunal sobre este tema.

"Já não faz sentido continuarmos a presenciar infelizmente este tipo de situação. Mesmo com toda a ajuda que nós artistas, mulheres, cidadãos... tudo aquilo que possamos fazer não é o suficiente ainda, mas assim como a pensão de alimentos para os filhos também, porque a violência não é só física: começa no psicológico, é na nível sexual, é a nível económico e depois sim, as vítimas, a maioria das vezes só se apercebem, porque passa para a agressão física", iniciou a mãe de Lyonce, Lyannii, Amoor e Valentine.

"E não é só através do cônjuge, porque podemos ser vítimas de violência doméstica por parte de familiares ou amigos... (...) Alertar ainda para a mulher ou homem que se submete a este tipo de violência que o problema também está em nós muitas vezes, o que é que nos leva a aceitar este tipo de comportamento? O medo, a insegurança, a falta de amor próprio, a carência afetiva que cresce connosco...", acrescentou a artista.

Depois, referiu: "A minha vida nunca foi fácil, é melhor agora. Tenho pena de, por ter a profissão que tenho, não ter mais apoios. Porque, supostamente, como sou uma artista, recebo mais do que o salário mínimo, independentemente de ter quatro filhos ou um, é igual, ou seja, é zero. (...) Em relação ao facto de ter quatro filhas e ser sozinha, sem esses apoios, também é muito complicado, porque esse tipo de violência, quando os pais usam os filhos para nos fazerem mal, prejudicando também as crianças, ainda não há uma lei que os faça pagar por aquilo que fazem, nem pagar de uma maneira nem pagar de outra."

Para terminar, sublinhou: "Tanto se fala do Brasil e o Brasil está muito mais evoluído do que nós em muita coisa. Somos um país maravilhoso, Portugal é lindo, é o mais procurado, é o mais seguro, mas os pais que não pagam pensão de alimentos continuam numa vida extraordinária, sem qualquer tipo de responsabilidade, com zero consequências. Nós vamos a tribunal, lutamos pelos nossos direitos, pelos direitos dos nossos filhos, realmente há uma sentença, mas mais nada. No Brasil, eles são presos. Aqui, nem são presos nem são coisa nenhuma."

Recorde-se que, no julgamento em maio de 2024, Lucy apontara o dedo ao ex-marido, Yannick Djaló: "Até dezembro de 2016, as pensões estão pagas, a partir daí, vivi das promessas dele. Não me consigo recordar quando deixou de pagar, sei que as transferências vinham sempre do estrangeiro. (...) Não pagava e tinha uma vida de luxo, mesmo não trabalhando, como acontece agora. Sei que está desempregado. Mas faz viagens à China e à Tailândia quando desaparece, porque é o que diz às filhas."