Estrelas Ninguém explicou que a "fama" também é isto?

Há duas semanas a 

mostrou a nova vida de Zé Maria, vencedor do primeiro 'Big Brother', há 20 anos. Na verdade, de regresso a Barrancos há muito, a sua vida nada tem de novo: tem de "normal". "Novo" foi o pesadelo por que passou nos tempos que se seguiram à vitória no BB, há 22 anos, ao assédio dos fãs, aos convites para participar em programas de televisão, em eventos avulso, em tudo o que se pudesse imaginar que garantisse sucesso àquilo a que o envolvesse e caos na sua cabeça.

Sendo o caso mais conhecido, Zé Maria não é exemplo único. Longe disso. Ainda há pouco tempo aqui falámos de Marie, a miúda da aldeia perto de Gaia, que queria sair da casa dos pais para viver a ilusão da fama e das luzes no pós-'Big Brother' (alegadamente) 'Famosos'. Marie já era conhecida graças ao Tik Tok e mais redes sociais que usava mostrando
a sua excentricidade (que se pode ou não confundir com ingenuidade e pureza). Presente, sem que quase se desse por ela, no último fim-de-semana na ModaLisboa, Marie acabou por explicar a quem lhe perguntou que está de volta ao seu anexo na casa dos pais, na aldeia, para voltar a partilhar vida com a ovelha e restantes animais que ali surgirem para lhe fazer companhia nestas viagens imaginárias. Desfez-se o sonho de Marie? Não, simplesmente acabou o dinheiro para o viver sem os tão aguardados convites por parte das televisões para a transformarem na tão desejada estrela que ela imaginou poder vir a ser. Sem alternativa, Marie fez por esquecer o que contou aos novos amigos (as câmaras de televisão e do telemóvel, que a mostram ao mundo de fãs ilusórios) sobre a mãe, o pai, a intimidade familiar, a sua própria, e, qual filha pródiga que nunca percebeu estar a ser, voltou para o lar e para o seu mundo: La vie de Marie, onde pelo menos não há promessas, mas sim dinheiro para pagar as contas ao fim do mês e o abraço apertado de quem realmente a estima.

Podíamos continuar. Sair do universo óbvio dos reality shows, criadores de estrelas temporárias, e debater as ilusões da fama na eficaz montra televisiva que causa dependência a quem a experimenta. Mas disso já muito se falou. O problema é que o fascínio das luzes continua a fazer vítimas. Felizmente, ate agora e por cá, sem consequências de maior.