Estrelas O relato impressionante da cela onde Bruno de Carvalho esteve detido

Bruno de Carvalho, de 53 anos, esteve, em 2018, detido no âmbito das investigações em torno do ataque à academia de Alcochete. Agora, conta como eram as condições da cela onde esteve durante quatro dias.

Ao programa 'Alta Definição', da SIC, o antigo presidente do Sporting recorda: "Foram quatro dias a tentar sobreviver, porque eu não conseguia respirar, mas o que é queria que eu fizesse… ali não podia abrir a porta. Não se lembraram de eu tomar banho, só no último dia para ir falar com o juiz. A cela tinha um buraco redondo que estava a 4 ou 5 metros de altura, sem nada, um frio descomunal, a cama era de betão, não tinha colchão, não tinha cobertores."

De seguida, o agora DJ disse: "Tinha uma cama de betão, com um buraco no chão colado ao lado, em frente um lavatório, com um buraco na parede onde escorria água azul. Isto era a minha cela. Com um frio descomunal e sem tomar banho, isto foi de propósito para me humilhar e me tirar tudo aquilo que era a minha dignidade humana." Bruno de Carvalho acrescenta: "Fui visitado pela procuradora que me entra pela cela aos gritos, nem bom dia nem boa tarde. ‘Cuidado, este homem vai-se matar!’. Isto é surreal."

Antes, havia referido como este tempo acabou por ter impactos nocivos que se arrastaram pelos anos seguintes: "Os quatro dias detido transformaram-se num ano a dormir na minha casa com a porta da rua aberta, metade do corpo fora da casa e metade dentro da casa e os vizinhos a passarem. O sítio onde me puseram era tão pequeno, devia ter dois metros por um, que fiquei com níveis de claustrofobia tão elevados que já não era o quarto, não conseguia estar com a porta de casa fechada e a minha cabeça tinha de estar fora de casa, veja o que os meus vizinhos pensaram durante um ano. (...) [Os quatro dias] transformaram-se num ano a dormir como um doidinho, passei para o sofá ao pé da porta da rua e voltei a uma cama quase dois anos depois."