Estrelas Zulmira Ferreira escreve carta ao filho, que morreu cedo demais: "A todos os Eduardos. E às mães e aos pais deles"
Zulmira Ferreira perdeu o filho, Eduardo, de forma inesperado. O DJ não resistiu a um aneurisma quando ia para o Qatar, onde ia atuar em eventos do Mundial de Futebol. Nas páginas da TV Guia, a mulher de Jesualdo abre o coração e escreve uma carta a "todos os Eduardos. E às mães e aos pais deles".
Uma carta, que a FLASH! também pública.
"A todos os Eduardos. E às mães e aos pais deles. É difícil falar em esperança quando se perde um filho. Essa deixa de ser uma palavra do nosso vocabulário pessoal. Mas, sim, a vida segue. Não sabemos bem como nem porquê, mas sabemos que segue. Crescemos a ter sonhos. Eu cresci com os meus. Um deles era ser mãe. E a vida trouxe-me o Eddie quando eu fiz 20 anos. Tinha para ele os maiores sonhos e o desejo das maiores concretizações. Nunca me esqueci de mim – e fui mãe, fui empresária, fui mulher! – mas, como qualquer mãe, foi no meu filho que me vi crescer também e foi nele que me tornei no que sou hoje. Uns anos depois, conheci aquele que viria a ser o meu porto de abrigo, o meu marido. E foi através do Eddie que nos aproximámos e que estamos um com o outro até hoje. E fomos durante estes anos uma família unida. Ao Jesualdo, que foi o pai que a vida quis que o Eddie tivesse, obrigada! Obrigada por tê-lo educado e por me ter ajudado a fazer dele o homem em que se tornou – amigo, corajoso, honesto, atento e trabalhador. O sonho dele concretizou-se através da música. O meu também.
Este não é um texto de homenagem. É a partilha de um amor que não acaba nunca, que deixa saudades, que nos preenche.
O Eddie foi feliz. E eu fui feliz com ele. E de repente ele partiu. Partiu sem que me pudesse despedir. Sem que pudesse voltar a abraçá-lo ou a beijá-lo. Sem que pudesse dizer-lhe mais uma vez o quanto o amo e o orgulho que sempre me deu. Partiu e deixou-me cá – talvez para manter viva a sua memória, o seu nome, o seu trabalho, a sua dedicação aos outros. Não sei. Porque uma mãe que perde um filho vai sempre querer resposta a uma pergunta – Porquê?. E é uma resposta que nenhuma mãe terá.
Por isso, escrevo também a todas as mães, em especial àquelas que perderam os seus filhos. E deixo-lhes a minha compaixão, o meu apoio, mas, acima de tudo, o meu entendimento. Crescemos no meio de vários sensos comuns. Um deles é que são os filhos a ver partir os pais.
O chão que piso é hoje diferente. O mundo mudou. Sim, muda todos os dias para tanta gente. Mas a sensação de nos tocar a nós é a pior, a mais amarga, a mais difícil de aceitar. Tenho sentido o abraço de todos. O carinho. O apoio. Tenho sentido a dedicação. É nisto que me apoio.
O Eddie não volta. Gosto de pensar que está numa das suas muitas digressões e que tem à sua volta milhares de pessoas a dançar ao som da sua música. Eu dançarei sempre com ele.
Ao meu marido, aos meus familiares e amigos, àquela que estava a construir uma vida com ele e que tanto amor lhe deu, aos seus cães… a todos – continuaremos juntos! Porque a vida é muito curta para não ser vivida junto daqueles que amamos e que nos amam. Obrigada, filho. Tornaste-me sempre melhor".
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