Cândido Costa, de 43 anos de idade, falou sobre como foi obter um salário de futebolista de topo aos 18 anos, após trocar o Benfica, onde integrava as camadas jovens, pelo FC Porto.

"No meu tempo não era tanto, mas dava dinheiro obviamente. Com 18 anos, passei de ganhar 40 contos no Benfica que dava para o passe e para as calças de ganga. Vivia aqui sozinho, ficava com um bocado de dinheiro par ao cinema e para dar umas voltas com os meus amigos, depois tinha de pedir dinheiro aos meus pais", começou por dizer, no podcast 'A Duas Vozes', de Carolina Deslandes, com quem se cruzara no 'Taskmaster', da RTP1.

"Depois vou para o FC Porto ganhar cinco mil euros ou mil contos, achei que estava rico, achei que a minha vida se tinha transformado. (…) Lembro-me que pus o cartão, vi o ordenado, estava muito curioso, porque quando assinei pelo FC Porto, com aqueles responsáveis todos, olhei para a ponta da mesa e estava o Jorge Nuno Pinto da Costa a olhar na minha direção: 'Está a ver quanto é que vai ganhar, só pensa em dinheiro', pensei. Eu não sabia quanto é que ia ganhar", acrescentou, entre risos.

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"Quando me deram a cópia do contrato, estava com o meu pai, olhei para ele e disse-lhe: 'Espreita aí para ver quanto é o balde' [risos]. Da primeira vez que meti o cartão no multibanco e quando saiu o saldo… pensei: 'Este dinheiro todos os meses!'", exclamou o ex-futebolista e atual comentador.

Depois, relata o seu primeiro gesto ao perceber a magnitude do seu novo rendimento: "Fui a correr para uma sapataria onde a minha mãe trabalhava há muitos anos. Hoje percebo que se calhar não é certo aquilo que fiz, porque a minha mãe gostava mesmo daquilo, mas na minha perceção aquilo era duro, e era… mas o meu primeiro impulso, e tenho orgulho disso, fui ter com a minha mãe: 'Olha para isto mãe. O salário. Despede-te, eu pago o salário'. Ela diz: 'Tu és maluco, achas que vou deixar de trabalhar!'. E eu disse: 'Já viste esta pipa de dinheiro' [risos], parecia que tinha saído o Euromilhões."

Por fim, Cândido Costa esclarece: "A minha mãe, com receio, e com muita insistência minha, tomou essa decisão de vir. Durante algum tempo, consegui deixar a minha mãe em casa a poder descansar e usufruir um bocado da minha vida. Depois, voltou a trabalhar numa empresa que o meu irmão e o meu pai abriram entretanto, sem influência minha. Ainda trabalhou muitos anos, naturalmente."

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