Estrelas Antes da morte, pai de Andreia Rodrigues fugiu do hospital e deixou de atender: o relato arrepiante da apresentadora
Andreia Rodrigues esteve, durante esta semana, no programa 'Júlia', da SIC, onde fez um relato acerca das marcas deixadas na sua família pelo vício em cocaína que assolava o seu pai, Sérgio, e do qual este nunca se conseguiu libertar, tendo morrido em junho de 2024.
Numa das passagens, a apresentadora contou como foram os últimos tempos do progenitor, numa altura em que já se encontrava afastada da sua vida. "Há dois anos, o meu pai teve um problema de saúde grande, foi internado, com risco de septicemia, foi ostomizado, e, nesse processo, eu estava de férias com o Daniel [Oliveira] e o meu primo liga-me a dar o anúncio do internamento. Na altura, ia falando, mas já não estava fisicamente com ele há algum tempo", refere.
"Foi um choque, as marcas estavam lá, continuava a consumir, mas lembro-me de lhe dizer: 'A vida deu-te mais uma oportunidade, aproveita! Não sejas parvo.' Na altura, até dei o exemplo da Mariama [Barbosa, apresentadora falecida em 2022]: 'Há pessoas que perdem a vida todos os dias, porque as doenças ceifam-lhes a vida, família são devastadas, nós estamos aqui hoje, porque, com todas as porcarias que já fizeste e toda a teimosia, a vida te deu mais uma oportunidade'", acrescentou Andreia Rodrigues.
Posteriormente, a anfitriã do 'Estamos em Casa' desvendou um diálogo que teve com o pai: "Ele achava sempre que um dia ia conseguir sozinho, eu disse: 'Pai não, não vai acontecer'. Ele dizia: 'Dás-me o dinheiro e vou dar uma volta'. Eu respondi: 'Sais daqui para ir para uma instituição, não precisas de ficar internado, um sítio onde possas fazer o penso, tenhas a cama lavada. É a minha ajuda, vou dar-ta nas condições que acho melhor para ti.'"
"Há um dia em que o meu pai deixa de me atender o telefone. Ligo para o hospital e dizem-me que ele fugiu"
Depois, a situação piorou e o progenitor acabou por fugir da unidade hospitalar, naquela que foi a gota de água na fé da comunicadora de que o pai poderia recuperar: "Há um dia em que o meu pai deixa de me atender o telefone. Ligo para o hospital e dizem-me que ele fugiu, sem alta nem nada. (…) Mais uma vez ele não conseguiu e ali acho que tive consciência disso e apaziguei-me com essa ideia, de que o ia perder assim. Acima de tudo, fica a saudade daquilo que não foi vivido, a saudade do futuro. Acho que são essas as saudades que doem mais. Aí, comecei a fazer esse luto, já não era possível ter o meu pai como ele era."
Questionada por Júlia Pinheiro sobre a sua reação quando soube da morte do pai, Andreia Rodrigues diz: "Foi um primo meu que me ligou, e ele só me disse: 'Andreia'. E eu disse: 'Foi o meu pai'. Ele confirmou. É um misto de emoções. Ele fez as suas escolhas, ou as que conseguiu fazer. Senti paz, tinha um pânico enorme de que ele morresse sozinho. Sei que isso não aconteceu, ele não estava sozinho. Estavam algumas pessoas próximas dele. No dia do funeral, juntámo-nos todos e estivemos a contar as histórias. Ele tinha uma capacidade extraordinária de fazer os outros ir ao encontro daquilo que ele queria."