Estrelas Como a prisão salvou Sara Norte num período em que "vivia na rua" e estava "completamente destruída"
Sara Norte, de 40 anos de idade, esteve presa, em 2012, durante um ano e quatro meses, em Algeciras, em Espanha, acusada de tráfico de droga. Em conversa com Bárbara Guimarães, no programa 'Irresistível', da SIC Mulher, a atriz falou sobre esse difícil período da sua vida.
"O tempo é muito relativo, há alturas que passam mais rápido, outras mais devagar", começou por dizer.
E continuou: "Quando saí, queria era passar a fronteira, chegar a Portugal. Fiquei 15 dias no Algarve, na casa de uns amigos do meu pai, porque não tinha noção daquilo que se estava a escrever cá fora. Estava protegida lá. Fui dar um mergulho no mar, lembro-me perfeitamente, de cuecas e sutiã, com o meu irmão. Comi ovos estrelados com batatas fritas."
"Mas o que senti mais diferente foi poder dizer aquilo que eu queria. Na prisão, não podes dizer aquilo que pensas, senão, levas (...) Eu dentro da prisão tive a minha peça de teatro, fiz o 'Romeu e Julieta' versão prisioneira. Tornei-me desportista, encontras a tua liberdade naquilo que podes."
Com estas afirmações, Bárbara Guimarães comentou que, essa altura, ajudou Sara Norte a equilibrar-se, perante o que ela vivia "antes, aquela tormenta toda, onde estavas metida num turbilhão".
"Na prisão comecei a gostar de mim, por mais estranho que isso pareça"
"Estava a viver praticamente na rua. Se tivesse família cá fora, acabaria por ser mais duro. Eu tinha a minha mãe muito doente cá fora e isso era o que me preocupava, realmente, todos os dias. Mas, no fundo, a vida que eu tinha lá dentro, era uma rotina que não tinha cá fora. Vivia na rua, não tomava banho, estava completamente destruída. Na prisão comecei a gostar de mim, por mais estranho que isso pareça. Agora, a prisão não é ótima, não é nada disso. Mas distanciou-me do que estava a ser tóxico e nocivo. Foi uma nova oportunidade de começar de novo", rematou a comentadora do programa 'Passadeira Vermelha'.
Recorde-se que Sara Norte, após sair da prisão, lançou um livro intitulado "Eu, Sara, Me Confesso", que escreveu durante o seu encarceramento.