Daniela Santos, de 32 anos de idade, foi desafiada no 'Dilema', da TVI, a contar um momento da sua vida pessoal e escolheu relatar aos colegas do reality show aquele que foi o momento mais marcante: a morte do pai, durante a sua adolescência.

"Tinha 14 anos, um dia estou a vir da escola, e o meu pai enforcou-se, no quarto onde durmo hoje em dia quando vou à minha mãe. Foi nessa altura que ele se matou, que eu decidi vir para a cidade lutar pelos meus sonhos", começou por dizer, perante a maioria dos restantes concorrentes, com exceção de Diogo Marcelino, que, após estas palavras, abandonou o quarto por causa de uma pequena discussão.

A bailarina desenvolveu: "Houve uns anos da minha vida em que não tive o meu pai presente. Cresci na ausência dele, por causa do trabalho, e quando voltou eu não o aceitei como uma figura paternal, porque foi a minha mãe que fez esse papel. Na altura em que ele esteve ausente, lixaram-no. O meu pai não tinha uma perna e ele dizia à minha mãe que era um móvel sem um pé, um estorvo. No dia antes, eu estava em casa, o meu pai estava a chorar na cama lá em cima. E apesar de ter sido criada para ser fria e indiferente ao sofrimento dos outros, perguntei-lhe o que estava a fazer. Ele estava a fazer a cama e disse-me: ‘Sou infeliz’."

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Depois, com os colegas já em lágrimas e também ela em profunda emoção, descreveu mais pormenorizadamente o que sucedeu nesse dia: "Estou a vir da escola, sou mandada parada em casa da minha prima. Ela disse-me: ‘Acabei de vir da tua casa, o teu pai sentiu-se mal’. Eu disse: ‘Isso é normal porque ele toma muitos comprimidos para a depressão’. (...) Ela entretanto senta-se e diz-me: ‘Daniela, não posso continuar a mentir-te. O teu pai…’ E eu não deixei acabar, comecei aos gritos. Depois conseguiram ir buscar a minha irmã ao trabalho (…) abraçámo-nos e ela decidiu ir vê-lo. Quando cheguei ao bairro, estava tudo cheio de carros da polícia e dos bombeiros. E a imagem da minha vida é a minha irmã em cima do meu pai a gritar porque é que ele a estava a deixar. Eu não tive essa relação com o meu pai, mas a minha irmã era a melhor amiga dele."

Refira-se que a irmã de Daniela, Tânia, frisou, à 'TV 7 Dias', que foi a mãe que encontrou o corpo já sem vida, dizendo ainda: "Ele tinha uma vida superativa. Jogava à bola, era bombeiro, era muito ativo e teve que amputar uma perna devido a problemas de saúde. (...) Custou-lhe muito, deixou-o muito abaixo."