Estrelas Em lágrimas, Manuel Luís Goucha lê a carta que a mãe lhe deixou antes de morrer
Uma semana após a morte da mãe, Manuel Luís Goucha, de 69 anos de idade, ganhou coragem e filmou um vídeo, na própria casa, onde recorda a vida da mãe. O apresentador relembra os momentos mais marcantes do percurso de Maria de Lourdes, que morreu aos 101 anos de idade, e tem a generosidade de partilhar algo muito íntimo: uma carta escrita pela mãe, deixada para si e para o seu irmão, Carlos Goucha.
"A minha mãe estava lúcida, perfeitamente lúcida, contudo muito perra na sua locomoção. Contudo, até na morte ela mandou, ela teve a última palavra e deixou-nos uma carta. Surpreendentemente deixou-nos uma carta que, tanto eu como o meu irmão, desconhecíamos existir. Esta carta foi escrita em 2003, portanto há 21 anos, no dia 8 de junho", explica, com a carta na mão.
A estrela da TVI continua: "Apenas o seu neto Filipe, o neto mais novo, sabia da existência desta carta endereçada aos filhos, Manuel e Carlos Jorge Sousa Goucha, da mãe Maria de Lourdes. Este neto era muito importante para a minha mãe. Aliás, esta avó era importantíssima para este neto", explicando a relação próxima entre os dois.
Goucha revela: "A minha mãe ter-se-á sentido mal na noite de 8 de junho de 2003 então resolveu, talvez pensando que ia morrer, decidiu escrever uma carta para os filhos. No dia seguinte, confidenciou com o neto Filipe, partilhou este segredo, e pediu-lhe que a carta só fosse aberta após a sua morte e assim aconteceu. No domingo passado, o Filipe vive aqui na zona de Alcochete, foi a Coimbra para se despedir da avó e lembrou-se. Não sei se se terá esquecido ou se guardou este segredo durante 21 anos. Ou então, lembrou-se que existia esta carta e foi à procura da avó."
"Mais uma vez peço: quero ser cremada e que deitem as minhas cinzas ao mar. Estarei sempre com vocês e peço que não sofram com a minha partida, mas não se esqueçam de mim"
Manuel Luís garante que vasculhou tudo e encontrou a carta. "Lá estava a carta para os filhos. Uma carta de amor. Surpreendentemente uma carta de amor. Um amor que nunca havia verbalizado em vida. Julgo que hoje estou em condições de a partilhar consigo."
E começa a ler: "Meus filhos Manuel Luís e Carlos Jorge, quando morrer quero ser cremada. Mais uma vez vos peço: quero ser cremada e que deitem as minhas cinzas ao mar porque sou da terra de pescadores. Estarei sempre com vocês. e peço que não sofram com a minha partida mas não se esqueçam de mim. Sempre vos amei muito. Foram a minha alegria. Foram a coisa mais linda e melhor que tive na vida. Eu por vocês daria a minha vida. Sejam amigos e, de vez me quando, pensei na vossa mãe e mandem-me um beijo que eu recebo onde estiver. E também vos mandarei muitos, para vocês meus filhos, para os meus netos, para a Isabel e para o Rui. Muitos beijos, até um dia, estarei sempre ao pé de vocês e peço a Deus por vocês meus filhos e pelos meus netos. Muitos beijos e até sempre."
Emocionado, Manuel Luís termina: "É a minha mãe a surpreender-nos após a morte." E despede-se: "Um beijo mamã e obrigado."