Mariza, de 50 anos de idade, revelou, nesta quarta-feira, que o seu pai sofreu um acidente vascular cerebral, no início do ano, que o deixou com sequelas muito graves e a obrigou a colocá-lo num lar para ter os cuidados devidos. Apesar de reconhecer que foi a única opção possível, a fadista afirma estar a viver com um grande sentimento de culpa e uma dor inqualificável por toda esta situação, já que era uma peça insubstituível na sua vida.

"Isto é uma coisa muito privada e pessoal, espero que a minha mãe me perdoe", começou por dizer, no programa 'Goucha', da TVI, antes de elaborar: "O meu pai teve um AVC brutal em janeiro. Eu sou filha única e nós somos os três e toda a vida lhe disse: eu nunca vou pôr os meus no lar, eu não admito isso. O meu pai é o homem da minha vida, tirando o meu filho [Martim, de 13 anos]."

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"Em todos os relacionamentos que possa ter ou que tive procurei sempre uma imagem parecida que o meu pai. Não sei se ele foi um marido genial, mas como pai foi genial. Quando ele teve isto, não conseguia que dentro da minha cabeça deixasse de existir. Tivemos de tomar a decisão que ele tinha de ir para um lar ter alguém para cuidar dele. Nós vamos lá todos os dias, mais a minha mãe. Se fosse possível, ele estava em casa. Não é possível, porque deixou algumas sequelas", esclareceu a cantora.

Depois, explicou a importância que o progenitor tinha para si, antes do AVC, não conseguindo suster as lágrimas: "Ele era um homem com quem eu me sentava e falava sobre tudo. Chegava ao pé dele e dizia que tinha um problema amoroso ou profissional, e ele ouvia e tinha sempre uma palavra incrível. Para mim, era um sábio. Há pouco tempo precisei de um conselho profissional e percebi que ele já não está… ele está, mas não está, não existe. Eu não sei viver com isto. Todos os dias me castigo porque ele não devia estar ali. Todos os dias acho que eu devia ter sido melhor filha."

Para rematar, Mariza confessou: "Eu não tenho mais ninguém, só eles, eu vivo por eles. Isto tudo é uma batalha que divido com eles. Uma parte de mim anda triste. Há tantas coisas que canto que eu imagino, se ele estivesse aqui a ver, como é que seria."