Catarina Sampaio, de 35 anos de idade, contou, pela primeira vez, o terror que viveu em Inglaterra, quando decidiu emigrar para abraçar um novo desafio profissional. Voou até terras de Sua Majestade a pensar que tinha à sua espera tudo o que lhe prometeram, mas aconteceu o inesperado. "Quando eu cheguei lá, tinha o contrato na mão, até aí tudo beme tinha uma casa que eu tinha alugada à parte do hospital, porque aí tive que fazer tudo individualmente. O que é certo é que quando cheguei lá não tinha a casa, a morada que eu tinha nem existia", contou em entrevista a Manuel Luís Goucha.

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A ex-concorrente do 'Big Brother' disse que não teve outra alternativa senão viver durante uns dias na rua. "Foi nessa altura que eu tive, sei lá, para aí cinco, seis dias a dormir debaixo de uma ponte. Era um sítio muito resguardado, mais discreto. Aquilo tinha um caminho enorme, a uma certa altura deixava ter visibilidade. Arranjei uns cobertores e fui para ali."

Mas o pior ainda estava para vir. Quando achou que tinha o seu problema solucionado, viveu um verdadeiro pesadelo às mãos de um homem. Uns amigos arranjaram-lhe um quarto numa casa de um casal que trabalhava por turnos. Catarina começou a ser assediada pelo dono da casa. "Assediou-me durante bastante tempo. Eu já fazia questão, muitas vezes, durante a noite, não aparecer em casa. Ia dar uma volta. Já estava tão habituada ao desconforto, que para mim era só mais um pequeno desconforto e esperava que ela, às cinco da manhã voltasse para casa."

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Até que houve um dia que o caso se tornou mais grave: "Tentou-me violar. Comecei a gritar mas, infelizmente, aquilo era uma casa e não havia casas à volta. Ela não estava. A minha sorte nesse dia é que acredito muito em Deus e tenho uma fé enorme. Não tenho uma religião. Respeito cada uma delas. Mas nesse dia, só gritava para mim própria, para o meu interior: 'Porquê Deus, como é que me estás a fazer isto? Mas porquê?' E engraçado, que nessa mesma noite, ela teve que vir mais cedo para casa." Catarina conseguiu escapar mas foi ameaçada: levou um murro e ficou proibida de contar o que quer que fosse à mulher. Assim foi, até ao dia de hoje.