Marcantonio del Carlo, de 58 anos de idade, continua em busca da nacionalidade portuguesa, que ainda não conseguiu obter após quatro décadas no país. Agastado, voltou a abordar recentemente a situação numa entrevista a Júlia Pinheiro: "Sempre quis ser português. Tenho um documento em falta, que é o cadastro criminal da Rodésia, hoje Zimbabué, onde nasci e de onde me vim embora com 6 meses. E é impossível obter esse cadastro porque era outro país."

Durante esta ida à SIC, o ator de 'Senhora do Mar' fez menção a um episódio em que lhe havia sido proposto dar dinheiro para agilizar o processo, algo que recusou: "Houve uma senhora que me foi apresentada, por portas travessas, que por sua vez trabalhava com um advogado, que me disse: ‘Você dá-me cinco mil euros, vamos a Portalegre e na hora você tem o bilhete de identidade português'."

Este relato melindrou o Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado, que denunciou Marcantonio del Carlo ao Ministério Público, acusando-o de "ter publicamente declarado ter conhecimento de um caso de corrupção e não ter actuado em conformidade", dizendo mesmo que houve uma "postura de ilegalidade" nestas afirmações, que colocam em causa "a honorabilidade de todos os trabalhadores dos Registos e do Notariado de Portalegre."

O intérprete sentiu-se na obrigação de responder, assegurando: "O que pretendi foi chamar a atenção que paralelamente a esta via legal fui contactado por pessoas exteriores àqueles serviços, que pretenderam agir como intermediárias (possivelmente por meio de ilegalidades e a troco de dinheiro) e que prometiam obter a minha nacionalidade, tentando enganar os Registos e Notariado de Portalegre, o que recusei veementemente."

"O acontecimento ocorreu há uns anos, fiquei profundamente chocado com o teor do mesmo e não denunciei, pois as chamadas foram sempre efetuadas de números anónimos", justificou-se.