Estávamos em dezembro de 2010 quando Carlos Castro e Renato Seabra embarcavam para uma passagem de ano especial a Nova Iorque. Tinham-se conhecido há um par de meses nas redes sociais e o cronista descrevia aos amigos a viagem como uma espécie de lua-de-mel com o jovem modelo, que tinha apenas 21 anos. 

Na Big Apple,  ficaram instalados no 34º andar do Hotel Intercontinental, no quarto 3416, e durante uma semana fizeram vida de turistas. Foi precisamente quando já se preparavam para as despedidas à cidade que o impensável aconteceu, com Renato Seabra a assassinar Carlos Castro de forma bárbara, recorrendo a vários meios de tortura.

“O arguido afirmou que agarrou Carlos à volta do pescoço pelas suas costas e o arrastou, depois, pelo chão, enquanto pressionava a sua traqueia. O arguido afirmou que esfaqueou Carlos com um saca-rolhas na zona da virilha e na cara. O arguido afirmou que cortou os testículos de Carlos com esse saca-rolhas. O arguido afirmou que atingiu Carlos na cabeça com o monitor de um computador e que pisou a cara de Carlos, com os sapatos calçados. O arguido afirmou que atacou Carlos durante, pelo menos, uma hora. O arguido afirmou que, depois disso, despiu a roupa, tomou um duche, vestiu um fato e abandonou o quarto", foi como que um resumo daquilo que Renato diria perante a juíza.

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Depois de tudo o que acima está descrito, Renato arranjou-se, saiu do quarto e no hall do hotel acabaria por se cruzar com Vanda Pires, amiga do cronista com quem tinham combinado encontrar-se e que estava a tentar ligar a Carlos Castro sem sucesso. De forma evasiva, o modelo respondeu às perguntas de Vanda e avisou-a de que Carlos estava no quarto, saindo de seguida do hotel. Andou a vaguear sem rumo, até que entrou num táxi que o levaria a até ao hospital St. Luke's Roosevelt.

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Após confessar o crime, Renato foi condenado a uma pena de 25 anos a perpétua, que cumpre no estabelecimento de alta segurança Clinton Correctional Facility, em Nova Iorque. Em setembro de 2035 Renato terá a primeira audiência para saber se lhe irá ser concedido um regime de Liberdade Condicional. Em março de 2036 poderá conseguir a tão desejada liberdade total, que lhe permitirá um regresso ao seu país, algo que sempre lhe foi negado. Na altura, Renato terá 46 anos.

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