Estrelas A SIC para lá do limite

19 de Janeiro de 2018 às 09:26
Há crianças mal comportadas, famílias desestruturadas e uma psicóloga clínica, que se propõe resolver tudo, em frente às câmaras. O resultado é emocionalmente mais violento do que um 'reality show', com 'Supernanny' debaixo de fogo.

Confesso, logo a abrir, por escrúpulo profissional: vi o 'Supernanny' nas gravações, por obrigação que advém da responsabilidade de falar semanalmente com os leitores da 'TV Guia'. Não consegui chegar ao fim do programa. 

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Mesmo assim, parece-me pertinente partilhar algumas reflexões. Antes de mais: trata-se de um modelo internacional adquirido pela SIC em 2006, ou seja, há 12 anos. O director de Programas da altura, Francisco Penim, decidiu adiar indefinidamente a produção, e o programa nunca viu a luz do dia. Doze anos depois, foi retomado, e aí está no ar.

Trata-se de colocar Teresa Paula Marques, psicóloga clínica com 25 anos de experiência, a resolver problemas de comportamento de crianças. Na primeira parte, mostra-se a família em acção, para fazer o retrato do problema. Há, depois, o diagnóstico, feito em diálogo entre a 'Supernanny' e os adultos da família. Finalmente, a resolução dos problemas.

No primeiro episódio, a Margarida, de 7 anos, não cumpria as regras básicas, e Teresa Marques interveio. É tudo filmado, inclusive os castigos, a troca de insultos entre criança, família e psicóloga clínica, o choro e a resistência. Em resumo: o dia normal de qualquer processo de educação em família, exposto na TV por vontade, e com autorização, dos adultos.

A violência emocional vai para lá dos reality shows. Não é um formato que altere o perfil da SIC: é susceptível de o destruir. Se ainda houver algum bom senso na empresa, quando os leitores estiverem a ler esta crónica, o formato já terá sido descontinuado. 

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