Estrelas As tragédias, os noivados e as dificuldades para terem um lugar ao sol: o que une Diana Chaves e Maria Botelho Moniz
Esta segunda-feira marca o início do virar de uma página na história dos reality shows em Portugal. De um lado, a edição 'Segundas Núpcias' do 'Casados à Primeira Vista', que aproveita a grande popularidade da mais recente temporada, que levou a SIC a conquistar as preferências do público, e, do outro a versão de verão do 'Big Brother', que, recorrendo a nomes famosos, tenta recuperar a popularidade de que o formato outrora gozava, após a desilusão de uma temporada que muito prometia, por celebrar os 25 anos da história do programa.
Atrás de cada uma das barricadas estão duas caras com percursos que parecem distantes, mas que até têm vários pontos em comum e apenas dois anos de diferença: Diana Chaves, de 43 anos, que apresentou todas as edições do programa da SIC, e Maria Botelho Moniz, de 41, em estreia absoluta enquanto anfitriã de um formato de bandeira da TVI, apesar de já ter no currículo a condução de 'A Ex-periência'.
Curiosamente, na génese destes percursos que agora recebem um selo de confiança dos dois canais mais vistos do País, estavam sonhos e ambições em áreas muito distintas daquela com que irão figurar nestes projetos. Diana era nadadora profissional e alcançou o estatuto de celebridade com a mediática relação com Rodrigo Menezes: fama esta que consolidou enquanto concorrente do reality show '1.ª Companhia', antes do papel que iria começar o seu percurso na representação, o de Susana na terceira temporada dos 'Morangos com Açúcar'.
Maria Botelho Moniz, por outro lado, começou com ambições enquanto atriz, tanto que partiu para a aventura aos 18 anos para os Estados Unidos, entre Nova Iorque e Los Angeles, onde estudou na The American Academy of Dramatic Arts. Para além de curtas-metragens, estreou-se na série online 'T2 para 3', no papel de Patrícia.
Tornou-se uma cara conhecida dos portugueses na novela 'Podia Acabar o Mundo', da SIC, protagonizada por Diogo Morgado e Joana Seixas, em 2008, e dois anos depois entrou em 'Laços de Sangue', também do terceiro canal. Coincidência das coincidências, estes dois projetos de ficção tiveram também a presença de... Diana Chaves, já uma atriz mais solidificada no meio, tendo até sido protagonista desta última trama.
Pouco depois, Maria Botelho Moniz iria mudar de caminho. A precariedade associada à vida de atriz em Portugal levou-a contudo a tentar a sorte na apresentação. "Entre a primeira e a segunda novela que fiz, fiquei um ano e tal parada", confessou na Mega Hits, em 2019. Foi através do casting do programa 'Curto-Circuito', uma verdadeira rampa de lançamento de uma miríade de comunicadores em Portugal, que encontrou esta oportunidade, ainda que acreditasse que fosse somente temporária.
"A apresentação começou por ser uma opção de recurso e acredito que a minha vocação é ser atriz, foi para isso que estudei", insistia, já quando se encontrava à frente do programa da SIC Radical. O destino, porém, levou a que fosse mesmo na apresentação que recaísse o seu futuro.
Por esta altura, Diana mantinha-se como uma das atrizes de maior renome da estação então situada em Carnaxide, mas já dava os primeiros passos como apresentadora, no formato estival 'Salve-se Quem Puder', ao lado de Marco Horácio. Ao longo dos anos seguintes, focou-se na representação, mas confessava em entrevistas o desejo de regressar ao papel de anfitriã. Desiderato esse que alcançaria a partir de 2015, com 'Achas que Sabes Dançar?', 'Smile', 'Não Há Crise', função que acumulava com a de atriz em diversas novelas.
Foi só a partir de 2020 que se dedicou a tempo inteiro à vida de apresentadora, já depois de se ter tornado numa cara incontornavelmente associado ao sucesso das primeiras edições do 'Casados à Primeira Vista'. Nesse ano, a abrupta saída de Cristina Ferreira da SIC em direção à TVI levaria a que Daniel Oliveira a escolhesse a si e a João Baião como as figuras das manhãs do canal, no 'Casa Feliz', onde permanece até hoje, mantendo-se à frente de todas as temporadas da supramencionada experiência social da SIC – a última das quais se transformou num verdadeiro fenómeno.
Em 2021, enquanto Diana trilhava este caminho em direção ao topo, a TVI decidiu revolucionar as manhãs e apostar num novo formato de título 'Dois às 10', onde juntava Cláudio Ramos e Maria Botelho Moniz, que havia chegado à TVI pouco antes para apresentar os 'Extras' do 'Big Brother 2020' e já havia substituído Fátima Lopes e Manuel Luís Goucha, nas ausências destes do 'A Tarde É Sua' e 'Você na TV!', respetivamente. Faça-se aqui uma adenda para relembrar que quando coincidiu com a colega de profissão no terceiro canal, chegaram a estar juntas no projeto Digressão SIC, tendo sido eleitas pela estação para a representar nesta iniciativa em Coimbra e Évora.
Aliás, terá mesmo sido Goucha a sugerir pela primeira vez o seu nome aos responsáveis de Queluz de Baixo como potencial apresentadora para as manhãs, numa altura em que a TVI se encontrava órfã da figura de Cristina Ferreira, na fugaz passagem pelo canal rival.
"O Rui Oliveira sugeriu o nome da Vanda Miranda. Ninguém estaria à espera e conseguiríamos uma coisa importante que seria surpreender o público. Ela tem feito um trabalho notável e alavancou as audiências da M80 com o Paulo Fernandes. Mas iríamos fragilizar a rádio. Foi, então, que me lembrei da Maria Botelho Moniz, que está na Passadeira Vermelha, gosto muito dela", disse o agora apresentador das tardes da TVI, à 'TvMais', em 2018.
Seria apenas anos mais tarde, mas Maria Botelho Moniz alcançaria mesmo esta oportunidade do 'daytime', que, como já confessou, era um sonho antigo. A estadia nas manhãs, onde foi rival de Diana Chaves e de João Baião – com quem também chegou a apresentar emissões televisivas na SIC – durou até novembro de 2023, quando a apresentadora cumpriria uma outra ambição de longa data, mas no patamar pessoal: a de ser mãe. Entrou de licença de maternidade e, no seu lugar, sentou-se Cristina Ferreira, naquele que era um desejo de José Eduardo Moniz.
A situação que se pensava temporária tornou-se permanente, numa manobra que revoltou muitos fãs e que deixou Maria mergulhada num mar de tristeza. "Chorei muito. Chorei todos os dias, durante meses. Acordava, a meio da noite, angustiada. Ia para a sala, chorava e pensava: 'O que é que eu fiz? Fiz alguma coisa errada?'. Depois, cai a ficha", confessou, numa entrevista à sua sucessora, em outubro.
Agora, a amargura que sentiu nesse altura traduziu-se em igual medida em felicidade quando percebeu que iria ser a escolhida para conduzir o 'Big Brother Verão', juntando-se a um muito restrito lote de apresentadores a quem foi confiada a missão de levar a bom porto o principal reality show da TVI.
Para além da parte profissional, Diana e Maria têm outro ponto em comum, de maior infelicidade, nas suas vidas pessoais: foram obrigadas a lidar com a perda de pessoas próximas. Em 2006, uma jovem Diana Chaves chorou a morte do colega de elenco Francisco Adam, que era seu par romântico nos 'Morangos com Açúcar', e oito anos mais tarde, enfrentou outro período de luto, com o abrupto falecimento do seu ex-companheiro Rodrigo Menezes.
Foi nesse mesmo ano de 2014 que Maria Botelho Moniz sentiu o primeiro impacto do luto quando o seu namorado de longa data, Salvador Quintela, morreu num acidente de mota, situação da qual falou de forma aprofundada, numa entrevista para a iniciativa 'Labirinto — Conversas sobre Saúde Mental', do Observador: "A mim aconteceu-me muito cedo, senti-me viúva com 29 anos. Mas a dor da perda é a dor mais universal. (...) É verdade que é possível refazer a vida, é verdade que vamos voltar a rir, sem culpa, é verdade que as saudades se tornam menos pesadas, que as memórias que ficam são as boas. Tudo isso é verdade, exceto ‘o tempo tudo cura’. Isso é completamente mentira."
Anos mais tarde, sofreria um outro abalo pesado, com a morte do pai, José Carlos Moniz, mas assume que a anterior experiência com a morte amenizou, dentro do possível, este novo sofrimento: "Se o meu pai tivesse morrido primeiro, teria sofrido muito mais, porque seria a primeira vez que ia ter de lidar com um grande luto que tinha de fazer. Sendo que o meu pai foi depois, lá está, eu já tinha algumas ferramentas."
Após ter tido conhecimento de que iria apresentar o 'Big Brother Verão' revelou, inclusive, que, quando foi chamada para receber a notícia, conversou com o pai para que pudesse estar preparada para qualquer circunstância. "Quando recebi a mensagem para ir lá acima, ao 20.º andar onde eles estão. Pensei: 'É agora'. Depois pensei: 'Pai, é o que for melhor. Se for para ser isto, seja, se for para não ser isto e ser outra coisa qualquer, que seja, se for para ir de férias, é para ir de férias e vai ser o melhor'", relatou, no 'Dois às 10'.
Ainda no que à dimensão pessoal das suas vidas diz respeito, partilham o facto de terem feito família: se Maria se estreou nesse papel em novembro de 2023, como já referido, com Pedro Bianchi Prata, Diana tornou-se mãe mais de uma década antes, em 2012, de Pilar, ao lado de César Peixoto. Para ambas, a descendência é um orgulho e felicidade. Em comum têm também um plano futuro que ficou pendente: o de casarem com os respetivos companheiros, estando noivas mas sem cerimónia à vista.
É, de resto, um plano que não entrará tão cedo nas agendas destas duas mulheres que subiram a pulso no que à arte da apresentação diz respeito, dadas as responsabilidades inerentes à condução dos principais programas de domingo nos próximos meses, que garante ainda que sejam dois nomes nos quais os responsáveis por SIC e TVI depositam grandes esperanças enquanto trunfos na fidelização dos telespectadores. Se é possível que só uma saia vencedora deste confronto, o triunfo na sua profissão já ninguém lhes retira.
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