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Gilmário Vemba
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Estrelas Gilmário Vemba alerta: "Não me quero transformar num preto especial"

11 de Novembro de 2022 às 11:43
O humorista tem ganho cada vez mais protagonismo em Portugal.

Sem limites e sempre a responder à letra, talvez o angolano mais famoso e acarinhado em Portugal revela como ainda se espanta com o seu sucesso e desvenda um dos segredos do seu show... Nos palcos a encher salas, na TV a fazer disparates em Taskmaster, na publicidade como rosto de uma operadora de telemóveis ou na rádio a gozar com músicas ‘tugas’. Eis o humorista na primeira pessoa, numa entrevista dada em exclusivo à TV Guia, que está nas bancas e que também pode ser lida em formato digital, aqui

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Tem medo de ofender com o seu humor?

Tenho. Sou o gajo que chega ao restaurante e que, se a comida não estiver boa, como o que conseguir calado e venho-me embora. Não sou de chamar o empregado ou o gerente e dizer que está mal.

Tem essa postura porque vivenciou algumas carências graves, em Angola, e por isso relativiza? 

Chegou a Portugal há dois anos?

Chegou a Portugal há dois anos?

Mudei-me para Portugal definitivamente este ano. Fiquei aqui preso seis meses, em 2020, durante a pandemia.

Foi na altura dos roast?

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Nessa altura, vinha num dia para o roast e voltava no outro. Sempre vim a Portugal. Desde 2016 que vinha gravar e ficava aqui um mês, quando tínhamos acordos com a Disney e com a Fox. Os programas que fazíamos para Angola e Moçambique eram gravados cá. Quando o vi nos primeiros roast achei que tinha imenso potencial. Era muito sereno e disparava a piada certa no tempo certo.

Conta o humorista, numa longa entrevista que pode ser lida na totalidade na Tv Guia. 

Contudo, há outro destaque que se pode fazer, entretanto, em relação aos preconceitos.

É alvo de preconceitos?

Claro, mas há preconceitos que todos nós temos, mas como estamos aqui... só olhamos para os daqui. Há coisas estruturais, que já não deviam acontecer.

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Mas já lhe aconteceram?

Já me aconteceu ser seguido numa loja. Estou deste lado e sinto esse peso. Já me aconteceu entrar em sítios e não me sentir ainda pertencente. Existe hoje uma coisa muito subtil, que só quem sente, sente. Às vezes é difícil de explicar: parece uma conspiração. Não te proibiram, não te disseram "não vás!", mas...

Não será a sua cabeça a auto sabotá-lo?

Pode acontecer, mas é preciso tirar ali um tempo para se analisar com calma. Quando alguém vem e diz "eu sinto isso" ou "eu sofro isso"... O primeiro impulso é dizer-se que é mentira.

Mas reflete sobre isso?

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Sim, porque chego a Portugal e sou basicamente apanhado na curva com estes problemas. Nos anos que trabalho aqui, começaram-me a chegar mais denúncias. Os pretos que vivem cá começaram a sentir que tinham em mim uma voz, uma plataforma para serem escutados.

O Gilmário está a ajudar a que esse preconceito seja um bocadinho atenuado?

Acredito que sim.

É amado por africanos e portugueses?

Por todos. Mas quando és figura pública é mais fácil. Quando ouves "tu não és como os outros"... Não sou como os outros? É a mesma coisa que te dizerem que és um branco diferente, não és um branco como os outros.

É catalogado?

Sim, nós em Angola, na época colonial, tínhamos o indígena, que era o que não se curvava à cultura do colonizador e era ostracizado. Depois tinhas o assimilado, que aceitava e era aceite. Ainda hoje lá dizemos a expressão: "É um mulato que presta". Não quero ouvir dizer que sou um gajo que presta. Não me quero transformar num preto especial.

Leia a entrevista completa na TV Guia, já nas bancas.

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