Estrelas Polémica! RTP quebra silêncio sobre censura a Portugal na Eurovisão

A atuação de Iolanda em representação de Portugal na final da Eurovisão, na Suécia, que terminou com a mensagem "a Paz vai prevalecer" e na qual a cantora surgiu com as unhas pintadas com as cores da Palestina, foi "abafada" pela União Europeia de Radiofusão (UER), responsável pela organização do festival – não foi partilhada no YouTube até ao fecho das votações e as redes sociais do certame utilizaram imagens da semifinal, ao invés das da final.

A RTP relata agora tudo o que se passou nos bastidores, depois de a UER ter sido interrogada pela estação pública portuguesa, sobre o porquê desta censura à interpretação de Iolanda, ainda que refira aguardar esclarecimentos sobre as motivações da decisão.

"Não temos evidência de que o atraso na entrada do vídeo tenha tido a ver com qualquer motivo relativamente à forma como a Iolanda se apresentou em palco", diz o presidente do conselho de administração da RTP, Nicolau Santos: "Efetivamente, ela tinha motivos nas unhas que apontavam para um apoio à Palestina, e mesmo a pintura dos olhos eventualmente poderia indicar isso, mas não temos evidência que isso possa ter levado ao atraso do vídeo."

De acordo com Nicolau Santos, a delegação portuguesa "reagiu de imediato, quando viu que o vídeo não tinha entrado como os dos outros estavam a entrar, imediatamente após o fim da atuação". "E a indicação que foi dada através de uma troca de emails é que havia um problema técnico. É nessa troca de emails que a pessoa que está a responder à nossa delegação disse: 'Mas a vossa concorrente tem motivos pró-Palestina pintados nas unhas'. Houve da nossa parte a pergunta: 'O que é que isso tem a ver?' (…) e o que aconteceu é que imediatamente a seguir o vídeo entrou."

Nicolau Santos recorda também que "foi algo que se passou em meia hora": "Nós, agora, estamos à espera de saber, a nossa delegação continua em contacto com as pessoas da Eurovisão. Estamos à espera de explicações mais cabais."

Recorde-se que a edição deste ano ficou marcada por várias polémicas, a maioria relativas à participação de Israel, não obstante o conflito do qual é parte ativa no Médio Oriente, com mais de 35 mil pessoas a terem perdido a vida na Faixa de Gaza. O dia da final foi particularmente turbulento, com os Países Baixos a terem sido desqualificados da competição e a Irlanda a ter-se recusado a comparecer no ensaio.