Desde a estreia da ‘Casa dos Segredos 9’ que Liliana Oliveira, de 24 anos de idade, se tornou uma cara conhecida dos portugueses. Mas, até ao momento, os pais, Ilídio e Lurdes, nunca vieram a público e quiseram sempre manter-se longe das luzes da ribalta. No entanto, em Vilar do Torno, Lousada, todos os conhecem. Filhos da terra, tentam levar uma vida pacata, a vender de feira em feira. Nas costas carregam alguns momentos difíceis e dores complicadas de gerir.

Uma delas é o facto de a mãe da concorrente ter sido adotada com apenas seis meses de vida. “Na altura, a minha avó verdadeira fazia muitos filhos e não queria saber deles. Era uma pessoa de uma classe [social] muito baixa. E, quando a minha mãe tinha seis meses, a minha avó que não é de sangue disse ‘eu vou ficar com ela, ela é minha filha’. E ficou”, contou Liliana no reality show da TVI. Lurdes tem um “irmão de criação” mais velho vinte anos que nunca a aceitou. “A minha mãe nem heranças vai receber, porque é adotada e o meu avô tem casas e assim, mas [não a perfilhou] para não haver chatices [com o filho]”, revelou a candidata.

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A avó, entretanto, já morreu, “deram-lhe três AVC’, deixou de andar, de comer”, mas, enquanto foi viva, sempre fez de tudo para manter a família unida. “Sempre me trataram como uma neta, o meu avô fazia tudo por mim, a minha avó fazia tudo por mim. Mas não podia chamar tio ao meu tio. Ele dizia ‘eu não sou teu tio’. No Natal, não queriam ajuntamentos, porque a minha irmã não é irmã dele”, lamentou.

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Ainda assim, desde a morte da avó, a estabilidade familiar tem deixado de existir. “O meu avô mudou muito, embora eu continue a ter ligação com ele e a minha mãe também, porque eles se juntam, mas depois nunca nos convidam para a casa deles. Quando a minha avó era viva, fazia para [acontecer]”, prosseguiu. E nem com o nascimento da irmã da candidata, hoje com nove anos, houve mudanças. “Na altura, a minha avó queria criar ali uma ligação verdadeira e sugeriu que os padrinhos da minha irmã fossem eles [os tios]. Aceitaram, mas continua tudo igual. Ainda antes de entrar no programa foi a comunhão da minha irmã, mas não há laços, é uma relação muito fria. É uma coisa triste”, frisou.

E ainda deu mais um exemplo: “São capazes de fazer francesinhas em casa e sabem que eu a minha mãe e a minha irmã estamos sozinhas, o meu pai trabalha muito, podiam ligar. Vivemos a 4 minutos, ligavam e diziam ‘querem vir cá comer uma francesinha?’. Não, é tu na tua casa e eu na minha. Nós não somos família. E às vezes as pessoas como ouvem a minha mãe a chamar pai e ele também dizem ‘vocês são irmãos?’. E ele diz que não”, confidenciou com alguma mágoa na voz.