Estrelas Boca para Cristina Ferreira? José Eduardo Moniz afirma que já se "esbanjou" muito dinheiro em televisão
José Eduardo Moniz, de 72 anos de idade, tem bem delineado o que quer para o futuro da TVI e, para isso, há que ter alguma contenção no que diz respeito aos custos. O diretor-geral da estação fala em constante mudança da grelha e de como é preciso inovar para que os telespectadore se mantenham presos ao canal. No entanto, os tempos mudaram e há que ter cuidado para não cair num buraco financeiro.
"O que eu gostaria era que as pessoas tivessem a perceção de que estamos aqui a trabalhar com os pés bem assentes no presente, mas com a noção de que, se não fizermos nada hoje, daqui a dois ou três anos, a nossa posição como televisões generalistas é irrelevante. E, portanto, nós temos que nos manter relevantes. Para nos mantermos relevantes, temos que ser criativos", começa por explicar.
O diretor-geral chama a atenção para as escolhas que se fazem e para o peso que essas vão ter no orçamento. "Temos que ser criativos e corajosos, e ter capacidade de arriscar, preservando uma coisa que é essencial e que, muitas vezes, não vejo à minha volta, que é a noção de que os recursos são escassos. Sendo os recursos escassos, têm de ser muito bem aproveitados. Já se fez televisão com muito dinheiro, mas não é possível continuar a fazê-lo da mesma forma. Esbanjou-se dinheiro."
"Temos que ser criativos e corajosos e ter a capacidade de arriscar, preservando uma coisa que é essencial e que, muitas vezes, não vejo à minha volta, que é a noção de que os recursos são escassos (...) Esbajou-se dinheiro"
No entanto, Moniz acredita que tudo é possível com criatividade. "Nós, muitas vezes, podemos ter uma novela, ou um programa, que custa menos 10 mil euros, ou menos 20 mil euros, do que aquilo que nós lá estamos a colocar, e ter mais resultado, ou melhor resultado, do que uma que tem mais 30 mil ou mais 40 mil. Nem sempre o que custa mais dinheiro é aquilo que nos traz melhores dividendos. Portanto, nós temos de ter a noção de que a nossa capacidade criadora nos pode permitir transpor obstáculos grandes, do ponto de vista da chamada resistência financeira. O mercado é o que é."
Mas será esta uma boca para a "querida rival" Cristina Ferreira? Assim que voltou à TVI como administradora e diretora de entretenimento e ficção, a também apresentadora não demorou até "meter as mãos na massa" e sem olhar a preços. Lembra-se do 'Dia de Cristina'? Um estúdio inovador, que custou cerca de 300 mil euros à estação para estar no ar pouco mais de três meses... e sem uma hora fixa na grelha. Como Cristina gostava de dizer 'o 'Dia da Cristina' era quando a Cristina quisesse, indo para o ar apenas uma vez por semana.
E não foi o único. Meses depois, Cristina voltou a arriscar com o 'Cristina ComVida'. Este sim, com um estúdio megalómano que transparecia o espaço de uma verdadeira mansão e que custou também largos milhares de euros à estação. Transmitido ao final da tarde, o programa não cumpriu o seu objetivo e Fernando Mendes continuou a ser o "rei" dos finais de dia com 'O Preço Certo' da RTP1.