Estrelas 'Caso BES': Miguel Sousa Tavares acaba com Ricciardi
Com o chamado 'caso BES' – relativo à falência do grupo Espírito Santo, em 2016 – na ordem do dia, Miguel Sousa Tavares, de 72 anos de idade, fez um "direito de memória", em reação ao direito de resposta que José Maria Ricciardi elaborou pelos ditos na coluna de opinião do jornalista no 'Record'.
"Há uma semana, 'Record' publicou um 'direito de resposta' indevidamente invocado por José Maria Ricciardi a um pequeno texto que aqui escrevera. Indevidamente, porque o direito de resposta destina-se a desmentir factos não verdadeiros ou ofensivos, coisa que o Sr. Ricciardi nem minimamente curou de fazer, optando apenas pela ofensa pessoal", começou por escrever Miguel Sousa Tavares no jornal desportivo, ele que é compadre de Ricardo Salgado.
"Ignorando por completo os factos que arrolei, o sr. Ricciardi respondeu que eu sou 'fervoroso compadre' de Ricardo Salgado (seu primo), o qual é 'meu ídolo', por quem tenho 'incondicional fidelidade' e sentindo 'a falta dos favores e regalias do passado'. Eis a sua resposta. A sua miserável resposta", acrescentou o comentador da TVI, acerca das afirmações do banqueiro.
"Sim, sou compadre de Ricardo Salgado porque a minha filha e o seu filho se casaram e eu ganhei um genro ao pé do qual o sr. Ricciardi não passa de uma hipótese de pessoa. (...) Quanto ao meu 'ídolo' Salgado, por mais que tenham rebuscado, nunca encontraram uma declaração minha sobre ele: nem a elogiá-lo quando era o 'DDT' e todos se curvavam perante ele – porque não tenho vocação para a lisonja – nem a saltar-lhe em cima quando caiu em desgraça, porque não tenho vocação para rato de navio", continuou o jornalista no 'Record', onde tem o seu espaço semanal sempre à quarta-feira.
"O Sr. Ricciardi esteve durante largos anos no topo da administração do grupo e do banco, sob as ordens diretas do primo Salgado, que depois haveria de execrar"
"E quanto aos 'favores e regalias do passado' que insinua que terei recebido do meu 'compadre Salgado', é simples: nem eu nem ninguém da minha família próxima alguma vez exerceu um cargo ou teve uma avença ou um trabalho pago no Grupo BES; um contrato, um empréstimo, um aval, o que quer que fosse, do BES. Pelo contrário, o Sr. Ricciardi – apenas por direito familiar e não certamente por reconhecida competência – esteve durante largos anos no topo da administração do grupo e do banco, sob as ordens diretas do primo Salgado, que depois haveria de execrar", assinalou Miguel Sousa Tavares, de forma implacável.

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Miguel Sousa Tavares não perdoa Vítor BrunoPor fim, o jornalista fala em dinheiro: "E o lugar devia ser tão bom, de 'favores e regalias' que, como relatou a imprensa da época, chegou mesom ao ponto de chorar numa reunião da administração do grupo, quando Ricardo Salgado o quis expulsar, suplicando-lhe que não o fizesse. Alguém que explique ao Sr. Ricciardi que há muitas coisas que o dinheiro consegue comprar, mas a memória não é uma delas."