Estrelas Cristina no seu lugar
e tempos a tempos há acontecimentos suscetíveis de abanar o estado das coisas. Pequenos atos, passos que parecem irrelevantes a princípio, mas que acabam por ter consequências sísmicas. Na indústria televisiva, desde o início das televisões privadas, há mais de 30 anos, houve decisões que mudaram o rumo do negócio. Quando a TVI comprou o '
', no ano 2000, por exemplo, acabou com o reinado de quase uma década da SIC, canal que chegou a liderar com uns hoje impensáveis 50% de share.
Muitos anos depois, quando o líder da Impresa apostou em Daniel Oliveira para diretor de programas, ficou traçado o rumo da recuperação da SIC, ao ponto de o canal ter voltado a derrotar toda a concorrência durante quatro anos e meio sem interrupção. O regresso de Cristina Ferreira às manhãs da TVI pode voltar a constituir um desses momentos-chave que alteram a realidade. No passado dia 24 de agosto demos a notícia aqui na
. Transcrevo:
"Mais uma vez, uma emissão especial na TVI mostra que é nas manhãs que
(Cristina Ferreira)
atinge o seu público na máxima força. Talvez lhe custe, mas o regresso ao horário, exigido pela empresa, vai ser um acontecimento relevante que pode virar o jogo"
. Mês e meio depois, a decisão do dono da empresa vai finalmente concretizar-se, com a ajuda da licença de maternidade de Maria Botelho Moniz.
Em outubro, com as manhãs de Cristina de volta, jogos do Benfica na Champions, duas novas novelas a ajudar a TVI (a própria, que vai estrear, e a da SIC, que se revela um enorme buraco), e José Eduardo Moniz mais livre para gerir a estação, visto que a apresentadora passará a estar mais ocupada, eis que se conjugam vários fatores para que algo possa mudar na hierarquia do mercado. O enigma do desempenho do jornal das 20 horas da TVI, que voltou a descer desde que foi recentemente reformulado e passou a ter novas duplas, é a chave para o futuro imediato.
A grelha da SIC está repleta de repetições. Dias há em que vários horários, incluindo o próprio horário nobre, são baseados em repetições e remontagens de programas já emitidos, como é o caso do de Fátima Lopes, nas tardes de fim de semana, e de César Mourão. Trata-se de um pequeno milagre de gestão, mas é importante que a empresa tenha noção de que, em televisão, é impossível fazer milagres. Já a direção de programas deve ter consciência de que, se falhar, as dificuldades orçamentais deixam de servir como justificação.
O vandalismo é a pior forma de defender uma ideia, porque transforma o ato agressivo no centro da mensagem. Na semana passada, um grupo de jovens atacou o ministro do ambiente numa conferência da CNN. Transformá-los em estrelas mediáticas é um erro, porque aumenta o risco de multiplicar os vândalos e os atos agressivos. É preciso muito cuidado no tratamento informativo deste género de protestos. O que está mal deve ser tratado como tal. Glorificar o erro é errado em si mesmo.
Atacado por um ato de vandalismo praticado por um pequeno grupo de jovens, manteve a compostura e pouco depois prosseguiu a conferência, na CNN, como se nada se tivesse passado. Irrepreensível.
SOBE - RICARDO COSTA
A frase de promoção da "nova" SIC Notícias afinal é velha. Isso não deve prejudicar a análise do esforço de melhoria que o canal vai fazer. A inquietação de querer sair do terceiro lugar do pódio dos canais de informação nacional deve ser elogiada. Cá estaremos para analisar.
DESCE - ÂNGELO RODRIGUES
Vai como rosto de uma novela, 'Papel Principal', que mostra enormes dificuldades em atingir um patamar aceitável de público, e que está a criar enormes problemas à SIC.