Estrelas Das 'petas' de Sónia de Jesus no 'Big Brother' à "inocência" de não ver droga nas gavetas e um corrupio de drogados em casa
Há precisamente um mês, Sónia de Jesus, a ex-concorrente do 'Big Brother' que era vendedora ambulante em Gaia, fez um desabafo nas redes sociais do qual já se deve ter arrependido: "Nem todos os dias são coloridos, nem tudo é um mar de rosas que se vê nas redes sociais. Às vezes, só preciso de paz e de tirar de cima de mim todas as energias negativas que diariamente chegam a mim… Tem dias que só me apetece estar simplesmente sozinha, isolada de tudo e de todos, pensar e refletir em tudo!".




No longo escrito nas redes sociais, que ilustrou com os seus pés na areia de uma praia, Sónia salientou as suas vivências então, achava ela, amargas. E isto quando ainda estava longe de imaginar o gigante pesadelo que se abateria sobre a sua família três semanas depois. "Tudo aquilo que faço diariamente é para fazer a minha família feliz. Sou extremamente preocupada e dedicada aos outros e esqueço-me de mim. Esqueço-me que sou apenas uma menina de 29 anos que já viveu e sobreviveu a tanta coisa. Que vocês aí, desse lado, que me seguem, nem imaginam", salientou.
GRÁVIDA, DIZ QUE "PARA CADA GUERRA HÁ UMA ARMA"
Grávida então de 19 semanas, a ex-concorrente polémica do ‘reality show’ da TVI mostrou-se, apesar de pessimista, confiante em dias mais risonhos. "Uma coisa eu sei: o meu futuro, o meu destino, está e sempre esteve nas mãos de Deus. E nada acontece por acaso. Para cada guerra uma arma e eu sei que a minha maior arma é a minha força, mas, às vezes, sei lá."
Três semanas depois deste desabafo, Sónia de Jesus foi sujeita a uma das maiores provas pela qual passa uma pessoa, uma relação, e até a vivência de uma família – a prisão do chefe de casa.
Vítor Soares, a quem carinhosamente Sónia chama "Vitó", foi detido pela GNR na sequência da operação "Semente em Pó", que desmantelou uma alegada rede de tráfico de estupefacientes a operar na região norte do País, em especial entre Vila Nova de Gaia e Mirandela.
Levado para a cadeia de Vila Real, Vítor, um dos cabecilhas do grupo, ficou impedido de receber visitas da mulher e ex-concorrente do 'BB'.
Sónia nunca mais esquecerá o dia 1 de junho de 2022, aquele em que o Comando Territorial da GNR de Bragança desenvolveu uma operação policial que culminou na detenção de cinco homens e uma mulher, com idades compreendidas entre os 32 e os 55 anos de idade, e em que um dos homens era o seu marido, pai das duas filhas e do rebento, um menino, que vem a caminho.
A DEFESA DE SÓNIA, QUE NADA VIA E QUE DE NADA SABIA
Assim que a notícia foi tornada pública surgiram várias versões, mas uma delas, em que Sónia se baseia para construir a sua defesa, é a de que nada sabia sobre o facto de haver pacotinhos de droga nas gavetas da cómoda do quarto de casal e de que o marido recebia consumidores a entrarem e a saírem constantemente da habitação do casal em Vila Nova de Gaia a toda a hora.
Na operação, que levou à detenção de Vítor e dos restantes elementos, a polícia encontrou 500 doses de heroína, 26 de haxixe, 40 de canábis, 5275 euros em numerários e dois carros e foram identificados, pelo menos, cinquenta consumidores da droga comercializada.
REDE MONTADA NAS BARBAS DE CLÁUDIO RAMOS
O esquema, quase amador, cresceu e ganhou asas durante as galas do 'Big Brother', em 2020, quando Vítor conhece Amílcar Teixeira, pai do ex-concorrente do 'BB' Edmar, que vendia parte da droga que adquiria na zona do Porto, ao amigo Vítor Soares.












Foi a partir daí que ambos começaram o negócio do tráfico de droga que acabou por culminar na constituição de uma rede, envolvendo mais quatro pessoas: uma técnica superior da câmara de Mirandela, o marido desta, o irmão de Amílcar Teixeira (tio de Edmar) e ainda um homem residente em Boticas. Tudo feito nas barbas de Cláudio Ramos, o então apresentador do programa.
MEDO DE PERDER AS FILHAS POR CUMPLICIDADE, ATACA
Neste momento, grávida de 22 semanas, o maior medo de Sónia de Jesus é o de que a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) lhe retire as duas filhas, Maiara, de 10 anos, e Naisa, de 7, por as crianças terem presenciado tráfico de droga dentro da casa dos pais e de estarem em contacto direto com estupefacientes.
Nas redes sociais, Sónia de Jesus reagiu à possibilidade de lhe tirarem as meninas, defendendo-se: "Não admito que coloquem em causa a minha conduta enquanto mãe: mãe cuidadora, mãe atenta, mãe dedicada", afirmou, acrescentando: "Nestes últimos dias, tenho assistido a um julgamento público baseado em factos infundados e não verdadeiros que me têm destroçado. Todas as notícias caluniosas sobre mim serão agora tratadas nas instâncias próprias", sem explicar como e a quem o fará.
Com o marido detido em Vila Real, e um dia depois do advogado Carlos Duarte ter deixado a sua defesa para se ocupar quase em exclusivo da defesa dos crimes cometidos pelo líder dos Super Dragões Marco "Orelhas", Sónia viu-se obrigada a arregaçar as mangas, mudar de causídico e a ter que voltar à venda online de roupa e bijuterias no seu sítio - o seu 'Big Bazar da Sónia' - para poder sustentar as filhas.
Sónia só se tornou vendedora na internet depois da passagem pelo 'BB', antes disso queixava-se de que viva o tempo todo a fugir à polícia e que a culpa era toda da Câmara de Gaia. Ao longo da estadia na casa do 'Big Brother', Sónia relatava o drama que viveu como vendedora ambulante incompreendida e perseguida pelas autoridades, que fiscalizavam as atividades económicas locais, uma vez que não dispunha de licença de venda.
TREINADA A "MENTIR"... E A FUGIR À POLÍCIA
Segundo a concorrente chegou a relatar, a sua rotina diária resumia-se a fugir dos polícias com a carga às costas. Histórias que deixavam os restantes residentes boquiabertos e cheios de pena da sua história de vida em que faz de tudo para sustentar a família.
Só que, na altura, a revista 'TV Guia' contactou a Câmara Municipal de Gaia e a história contada não correspondia à verdade. Segundo fonte oficial da autarquia, "a senhora em causa foi autuada apenas uma vez pela Câmara Municipal de Gaia e por vender numa banca licenciada a outro vendedor", referiram-se, explicando como todo o processo se terá desenrolado: "Foi-lhe aplicada a coima mínima, no valor de 1.200 euros, e, após resposta de defesa da visada, a autarquia, pesados os factos, reduziu a coima para 600 euros e aceitou o pedido de pagamento em prestações feito pela senhora."