Teresa Horta Colaço, de 35 anos de idade, venceu uma edição de 'MasterChef' e foi eleita pela RTP para ser mentora do formato juvenil, cuja final é já este sábado, dia 22. A antiga terapeuta da fala explica para que servem as brincadeiras feitas pelos adultos no programa e lamenta o desastre que é a literacia alimentar e a comida nas cantinas das escolas. Numa grande esntrevista à TV Guia, conta como uma doença crónica a fez mudar radicalmente o que põe no prato. E lança farpas aos concorrentes dos concursos de culinária que saem de lá ‘armados’ em chefs.

Foi quando começou a perceber que a cozinha podia ser o seu futuro e a terapia da fala ficou, portanto, lá atrás?

Sim, acontece o ‘MasterChef’ e a terapia da fala ficou lá atrás, noutra vida. Nunca fui completamente realizada como terapeuta da fala. Sempre me senti um peixinho fora de água. Não estava realizada, exerci sete anos, tinha trabalho e era bem-sucedida.

Mas sem prazer, era isso?

Não me sentia totalmente realizada. Era um trabalho e depois veio a oportunidade do ‘MasterChef’ e a vida mudou. Sempre fui uma pessoa muito pragmática. A área da saúde sempre me fascinou bastante e precisava de um trabalho que me desse retorno financeiro.

E já trabalhou num restaurante.

Já, com a chef Marlene [Vieira]. Admiro-a muito e adorei a experiência. Gostei muito de trabalhar com ela e com a equipa. Na realidade, quis experimentar um restaurante, mas, para mim, vencer um programa de culinária nunca foi sinónimo de ser chef de cozinha. Venci um ‘MasterChef’, mas isso não faz de mim chef. Nem uma pessoa capaz de abrir um restaurante. Isso sempre foi muito claro.

Não gosta da nomenclatura, que lhe chamem chef Teresa?

Tenho uma admiração enorme pelos chefs de cozinha e contacto diretamente com o trabalho deles, com o muito que fazem para chegar lá. E, de repente, só porque saí do programa, sou considerada chef de cozinha? Não faz sentido nenhum. Vejo em outras edições do ‘MasterChef’ pessoas que saem, mesmo que não ganhem, são logo chefs. Isso faz-me confusão.

Por acaso, tem acontecido um pouco.

Atenção, que isto é uma forma muito pessoal de olhar para o facto. Um chef de cozinha é alguém que faz um percurso, que sobe uma determinada escala hierárquica e, chegando a esse patamar, tem uma série de responsabilidades que são muito além daquilo que é só cozinhar. Logo, eu não posso acabar um programa de cozinha e considerar-me chef.

Alguma vez teve o sonho de ter um restaurante?

Não consigo dar-lhe uma resposta. Não tenho o sonho americano de achar que ter um restaurante é o máximo. Se algum dia tiver alguma coisa minha, sei em consciência que aquilo não serão rosas, serão sacrifícios. Mas também não é uma coisa que esteja fora da equação. A cozinha é um processo agridoce.

Leia a entrevista completa na TV Guia desta semana, já nas bancas de Portugal, ou na versão digital, aqui.