Gisela João, de 40 anos de idade, confessa que, nos anos que ficaram marcados pela pandemia de covid-19 e pelas consequências deste cenário, passou por momentos muito difíceis. A cantora disse, num concerto, que "a pior coisa que pode acontecer a alguém é deixar de acreditar" e, agora, revela que sucedeu consigo.

"Deixei de acreditar. Houve um período pós-pandemia…. Eu já vinha inquieta desde antes, mas estava um pouco anestesiada, por estar a fazer o disco novo, e nesses momentos estava ébria dentro das mil coisas que estás a criar e a construir", confessou, ao podcast 'Posto Emissor', da Blitz.

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"A verdade é que a pandemia veio expor essa inquietação. Depois da pandemia, começo a correr e a correr, e de repente penso, 'o que estou aqui a fazer? É isto que quero fazer?' E foi exatamente isso que me fez perceber que precisava de ajuda. Foi deixar de acreditar, de ter vontade, de ter entusiasmo. Foi deixar de cozinhar, de tricotar, de bordar, de costurar, tudo isso para mim fez-me perceber que só queria ficar ali sentada no sofá à espera que os dias passem e que chegue a noite, porque à noite ninguém te vai pedir nada. À noite era mais fácil, mas não era também, porque não conseguia dormir", acrescentou Gisela João.

"Deixei de acreditar, deixei. Bolas, é uma coisa muito assustadora, mesmo. Quem me dera poder abraçar todas as pessoas que deixam de acreditar em algum momento da sua vida. Porque não se controla, não se percebe muito bem como se chega lá e é muito difícil saber como se sai de lá. É preciso ajuda de psicólogo, de terapeuta e, se não se puder ter essa ajuda, é preciso haver um lugar seguro, um ombro amigo com quem se pode falar dessas emoções e sentimentos, onde não nos façam sentir julgados. Acreditar é tudo", concretizou.

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