Big Brother Inspirador! Marta Cruz abre o livro sobre apoio ao filho transgénero: "Não estou neste mundo para dificultar a vida a ninguém"
Marta Cruz foi uma das concorrentes expulsas do 'Big Brother Verão' na gala deste domingo e foi, por isso, convidada do 'Dois às 10', nesta segunda-feira, dia 7.
Um dos temas que foi abordado nesta conversa com Cláudio Ramos e Cristina Ferreira foi o apoio de Marta Cruz ao filho transgénero, Noah, tendo estado ao seu lado durante todo o processo.
"É uma escolha dele, não estou neste mundo para dificultar a vida a ninguém e se o meu filho é feliz desta maneira terá o meu apoio", começou por dizer a empresária, acrescentando que, inicialmente, não foi uma caminhada fácil: "Tive medos, tive receios, tive de fazer um luto. Quando isto começou a ser falado, muitas mães me procuraram, porque acho que a parte de mãe é fazer um luto."
Depois, afirmou que tinha o nome de nascença de Noah tatuado no corpo, mas elucidou: "Eu pari uma menina. (...) O que entendemos em família é que isso fez parte de nós e da nossa história, mas que a felicidade foi encontrada a 100% quando ele se encontrou e pode ser aquilo que realmente nasceu para ser."
De seguida, Marta Cruz, que é ainda mãe de Kyara, em comum com Madjer, assinalou: "Percebi logo desde pequeno. Não é linear como dizer que é porque era maria-rapaz ou por vestir nada, muito pelo contrário, era totós, era saias... É o interior." Por saber que se tratava de uma questão complexa, a empresária acompanhou o filho: "Mesmo a primeira toma de hormonas, a cirurgia que fez no corpo, fomos os dois. Sempre tive abertura lá em casa."
A ex-concorrente do 'Big Brother Verão' declarou também que temia a reação das pessoas: "A ele não lhe faz confusão, porque está muito bem resolvido, não tem insegurança, é super apoiado. Sabe responder quando não tem o apoio de pessoas que não conhece. (...) Sempre estive preparada, tive medo que o mundo não estivesse preparado."
"Sempre estive preparada, tive medo que o mundo não estivesse preparado"
Questionada sobre se o facto de o filho ser transgénero o possa ter colocado em situações mais delicadas, respondeu: "Que me tenha contado, ele nunca me disse de situações difíceis. Eu conheço muita gente que trabalha na noite e tinha muito medo quando isto começou a sair de ele ir às discotecas, por ir à casa de banho masculina, pedia muito para estarem de olho nele. Nunca teve uma má palavra pessoalmente, é mais as pessoas atrás de um computador."
A filha de Carlos Cruz revelou igualmente que o descendente foi apoiado por toda a sua envolvência: "Ele teve muita sorte nisso, porque estava na escola de teatro em Cascais e os miúdos são muito livres, ele esteve sempre amparado com as pessoas certas nos locais certos." Por fim, disse ainda que tinha noção que esta entrada no reality show podia trazer ao discurso público este tema e que, por isso, teve um diálogo com ele: "Foi uma das conversas que tivemos: ‘A mãe vai entrar, estás preparado para o que aí vem?'"