Fábio Coentrão, de 36 anos de idade, foi um nome de destaque no futebol português ao longo de muitos anos. Tornou-se estrela no Benfica, conseguiu impôr-se ao lado de Cristiano Ronaldo no Real Madrid e reencontrou-se com Jorge Jesus no Sporting, tendo tido lugar reservado no lado esquerdo da Seleção Nacional ao longo da sua carreira.

O seu percurso nos relvados terminou onde começou: com as cores do Rio Ave, em Vila do Conde, lugar onde nasceu e onde começou a gizar o seu pós-carreira. O antigo lateral é hoje armador de pesca, precisamente em terras vila-condenses, e explicou o porquê de ter escolhido esta sua nova vida longe longe do futebol. O seu primeiro barco, aliás, foi adquirido quando ainda jogava pelo clube espanhol.

"Desde que o meu pai faleceu, perdi o gosto pelo futebol. A minha mente foi logo: vou preparar o meu futuro", disse, num 'teaser' da conversa com Manuel Luís Goucha, na TVI, acrescentando: "Já sabia que queria seguir o mundo da pesca. Naquelas noites tristes, aqueles momentos em que o futebol não estava a correr tão bem, era para aqui que vinha com a minha cana de pesca. Sozinho, eu a conversar com Deus."

A pesca, aliás, foi sempre algo que associou quer à sua família, quer aos seus amigos. "A pesca é um negócio em que o meu pai andou durante toda sua vida e eu quero seguir os passos dele e da minha família", frisou, de acordo com a 'Tribuna Expresso', tendo ainda dito: "Todos os meus amigos andam nesta vida. Quando eu estava no futebol, eles estavam no mar. Eu falava de futebol, eles falavam do mar."

"Como é óbvio, todos nós jogadores temos que pensar no pós-carreira. Eu não sou exceção, pensei muito bem no que queria fazer depois. Como tinha a pesca em mente desde que nasci, o meu pai sempre teve barco e é uma vida que eu gosto muito. Permite-me estar com os meus, com a minha família, com os meus amigos, com os meus filhos, permite muita coisa este tipo de vida", contou ainda, em declarações citadas pelo jornal 'Record'.

Em 2021, quando já tinha três embarcações em sua posse, relatou, a Fátima Lopes, na série 'Mudar para Melhor': "Com as condições que há hoje em dia, o mar é uma vida completamente diferente. A nível de trabalho, a nível financeiro, é uma vida muito gira." Na altura, revelava qual era o seu desafio: "Quero chegar aos meus 40 anos e ter uns 10 barcos. Quando tinha 15 anos e queria chegar ao Real Madrid, sabia que tinha um longo percurso pela frente, e aqui sabia que ainda mais difícil vai ser." Hoje em dia, tem 80 pessoas na empresa, mais 50 do que há seis anos.

A pesca não é a única aposta empresarial de Fábio Coentrão. Em 2018, segundo o 'Jornal de Notícias', comprou imóveis na marginal da Póvoa de Varzim e em Vila do Conde, planeando transformar um destes edifícios numa clínica.