Fruto talvez da sua idade, 61 anos de idade, ou do seu estatuto na classe artística, José Raposo decidiu sair em defesa da mulher, a atriz Sara Barradas (33), que era ostracizada no teatro, e denunciar o que vai mal no mercado nacional.

"Este ano, ela já fez três peças, que era uma coisa que ela adorava fazer. Porque é que eu digo que adorava? Porque nunca a convidavam!", dispara José Raposo, que está a gravar o novo filme de Leonel Vieira, 'O Pátio da Saudade': "Catalogam-se as pessoas com 'esta é das novelas, esta é da revista, o outro é não sei de onde'. E depois as pessoas não nos convidam para coisas que nós gostávamos de fazer." 

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O consagrado ator mantém a tónica dura a quem manda na televisão, cinema e teatro, ele que é presidente da Casa do Artista. "Acima de tudo, habituaram-se a vê-la nas novelas e a convidá-la para fazer novela. É a história de 'a cara bonita', a menina das novelas'. Tem muito que ver com isto", justifica, indignado, José Raposo, acrescentando que a "culpa" é também "das pessoas do teatro que não a convidam". 

José Raposo chama a isto "rótulos", que se põem às pessoas: "Este país existe por nichos, bolhas. Há os do teatro, os da televisão e os do teatro há vários grupinhos muito fechados. Depois na televisão há outros grupos, como sabem, que também são fechados. São sempre os mesmos, através dos mesmos sítios. E no cinema é a mesma coisa, os mesmos grupinhos. Isto é um país de grupinhos!" 

Ainda em relação à mulher, Sara Barradas, o ator recorda, no final da conversa, que ela só conseguiu integrar o elenco de três peças de teatro em 2024 porque "manifestou vontade" e "teve a sorte de haver duas ou três pessoas que, felizmente, a convidaram".

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