Dilema A difícil história de Marie após o 'Big Brother': ameaças na rua, fuga de casa e refúgio no álcool
Marie, de 22 anos de idade, contou, na casa do 'Dilema', que passou tempos muito difíceis após ter saído da casa do 'Big Brother Famosos 2', em 2022. A jovem relatou tudo o que se passou, desde o que a levou a entrar num reality show até ao momento em que se perdeu após a exposição que teve no programa.
"Antes de entrar no ‘BB’ ia trabalhar no talho do meu pai. Tinha acabado de regressar a casa e ia trabalhar para lá. Tinha desistido de todos os meus sonhos, mesmo. Estava a chorar na sala e perguntaram-me se queria ir para o ‘BB’, e disse logo que sim. Vou ganhar alguma guita e depois vou investir, estava a criar altos planos", começou por descrever, a David Maurício e Daniela Ventura, nesta segunda-feira.
"Fui para lá, mas era muito sensível e muito frágil. Chorava muito facilmente. O meu passado ainda era muito presente. Estava com muito aberto. Não tinha muito a noção daquilo para o que ia. Quando saí, foi muito difícil. Antes de ir, lembro-me que pedi muito para encontrar as minhas pessoas", continuou a criadora de conteúdos digitais.
Os tempos que se seguiram à sua expulsão foram muito conturbados: "Eu não queria regressar para casa. Estava a dormir em sofás de amigos… Foi muito lixado. Muita gente estava a dizer-me que eu ia suicidar-me, muita gente a dizer que eu era maluca, muitas ameaças na rua, sentia-me mal em todo o lado, não sentia pertença ao mundo. Quando conheci a minha melhor amiga, até fiquei com medo dela, porque pensei que ela queria usar-me para alguma coisa. Ela queria mesmo o meu bem e só estava habituada a pessoas que me usassem. Depois, fui uns tempos para essa família adotiva, estive lá, em processos de secura, a fazer trabalhos com psicólogo."
A situação acabou por levar Marie a cair no vício e na autodestruição: "Refugiei-me 'bué' no álcool, queria destruir-me e já tinha passado por isso. Sou mesmo assim, sou muito intensa em tudo. Da mesma forma que amo, quando odeio, odeio-me a mim. Da mesma forma que não consigo reagir com maldade, quando me abandono, abandono-me por completo, destruo-me toda, e não quero mais isso para mim. Mas foi um processo muito difícil de ganhar consciência e de querer sair."
"Quando me abandono, abandono-me por completo, destruo-me toda, e não quero mais isso para mim"
Para rematar, revelou que decidiu isolar-se do mundo: "Aluguei uma casa que tinha encontrado num monte no Alentejo, onde só havia quatro casas em muitos quilómetros. Para ir ao supermercado tinha de andar 30 e tal minutos de bicicleta. Era uma vida isolada, queria mesmo desligar-me do mundo. Ao mesmo tempo, tenho muitos sonhos. Só não queria sonhar porque tinha vergonha de sonhar, tendo em conta a exposição. E então, basicamente, pintei aquela casa toda, fiquei amiga dos vizinhos. Só que era uma vida muito… senti-me morta: senti que estava viva e morta."