Kerem Aktürkoglu, de 26 anos de idade, é um dos nomes de maior destaque na antecâmara do jogo entre Benfica e Fenerbahçe desta quarta-feira, que dita qual das duas formações terá acesso aos milhões da Liga dos Campeões nesta temporada: para além de ter sido referência no Galatasaray, rival do adversário dos encarnados, também tem sido associado a uma transferência para o clube atualmente orientado pelo português José Mourinho neste verão, especulação que se agudizou nas últimas horas e que já mereceu um desmentido por parte do emblema da Luz.

O que poucos sabem é que carreira de sucesso do extremo internacional turco de 26 anos poderia ter ficado em risco ou não ter sequer acontecido, quando Izmit, localidade onde a sua família residia, foi atingida por um devastador terremoto em agosto de 1999, que causou 18 mil mortos e 48 mil feridos.

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Kerem tinha apenas dez meses e correu risco de vida ao ter ficado temporariamente desaparecido nos escombros criados pelo desastre natural que alcançou os 7,6 na escala de Richter. Curiosamente, o seu avô era o presidente da Câmara e ajudou nas operações de salvamento, removendo-o das ruínas da casa onde vivia com os pais.

Por causa disto, quando a Turquia e a Síria foram atingidas por um terremoto de grandes dimensões em 2023 – que tirou a vida a 60 mil pessoas, incluindo Christian Atsu, ex-jogador do FC Porto – decidiu estar no terreno e ser ele próprio a auxiliar a população, tendo-se deslocado ao lado do vice-presidente do Galatasaray, como noticiou o 'The Athletic', a quem desvendou que esta comitiva organizou a chegada de vários camiões com ajuda à região, levando recursos a quem ficou afetado pelo sismo.

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"Estava com minha família e a primeira coisa que disse foi: ‘Eu preciso de estar lá'", afirmou à publicação norte-americana, acrescentando: "Quem experienciou o terremoto de 1999 é quem percebe realmente o que é ser uma vítima. E a minha família foi uma vítima, ainda que eu fosse muito novo."

Para incrementar os fundos canalizados para o auxílio à região, Aktürkoglu colocou em leilão a bola de um jogo em que marcou um hat-trick. Em jeito de remate, o jogador do Benfica explicou: "Quando estás num local destes, sentes tudo. Falas com uma pessoa que perdeu alguém e é difícil não chorar. (...) Experienciar isto é diferente de só ver na televisão."