Estrelas A irreverência de Anita Guerreiro: da mulher que era amante do fado e sonhava ser milionária ao fim de vida, que acabou por morrer como tanto queria
Anita Guerreiro morreu neste domingo, dia 7, deixando um vazio no panorama artístico português, com várias personalidades públicas a terem lamentado publicamente o desaparecimento da voz que popularizou 'Cheira a Lisboa', com uma carreira notável no teatro de revista, tendo também sido atriz durante vários anos.
Foi em 1956, em declarações à 'Voz de Portugal' que lançou uma frase que por muitos está agora a ser recuperada: "Se não fosse artista, gostaria de ser milionária, mas como isso é impossível, continuarei a ser artista para servir o Fado e o Teatro, sempre com a intenção de bem servir o público."
Uma deixa tão impactante que, quase 70 anos mais tarde, Júlio Isidro mencionou esta afirmação na publicação onde expressou toda a sua tristeza por esta perda.
"Anita que ficou Guerreiro e que só queria ser uma de duas coisas, milionária ou fadista, na impossibilidade da primeira, encheu os palcos de revista com o seu talento de comediante , as ruas de 'Lisboa já com sol mas a cheirar a Lua', as calçadas que calcorreou alegremente porque 'Se chovia cheirava a terra prometida'", declarou o apresentador da RTP, no seu perfil de Facebook.
O comunicador assinalou ainda o outro desejo que, ao que tudo indica, foi concretizado. "A menina que nasceu no Intendente, partiu como queria...durante o sono", afirmou, fazendo referência àquilo que a fadista havia dito na entrevista a Manuel Luís Goucha, em 2023: "Peço muito é para não reconhecer o fim, chegar ali e ficar. Peço a Deus para me levar mas não me fazer sofrer."