Anita Guerreiro, falecida neste domingo, dia 7 de dezembro, viveu uma história de amor com Pepe Cardinali, artista musical do circo Cardinali, o seu segundo marido, que teve um final difícil, já que o companheiro e pai dos seus filhos foi diagnosticado com Alzheimer na fase derradeira da sua vida.

Foi, inclusive, isso que a fez regressar a Portugal após um período no Canadá e nos Estados Unidos, onde vivem os filhos com quem falava todos os dias, como relatou ao programa 'Júlia', da SIC, em 2021: "Ele disse-me: ‘oh mulher eu quero ir morrer à minha terra'. E foi."

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"Não desejo aquela doença a ninguém. A minha salvação ainda eram os meus filhos, que era o que me animava um bocadinho. Porque eu passei um mau bocado e não consegui salvá-lo. Fiz tudo por isso, mas não consegui. Ainda hoje tenho saudades dele", acrescentou a artista.

"A prova é que nunca mais tive mais ninguém. Os meus filhos adoravam o pai, eu era incapaz de chegar ao pé dos meus filhos com outro homem, nem queria", rematou emocionada.

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Sobre estes tempos, nunca escondeu a sua infelicidade "Ele estava muito doente, com Alzheimer. Nunca podia haver felicidade. Fiz tudo o que podia. Ainda foram uns anos", disse também em entrevista ao 'Notícias ao Minuto'. Quando foi questionada por Manuel Luís Goucha, em 2023, sobre como lida com as mortes das suas pessoas amadas: "O que é que hei de fazer, filho? Vou fazer por não esquecer. Esquecer, não. De vez em quando, apetece-me lembrar."

Após a morte do marido, passou muitos anos a viver sozinha até tomar a decisão de viver na Casa do Artista, local onde acabou por falecer. "Ele gostava de me ver atuar, mesmo muito doente. Ele adoeceu de Alzheimer e uma parte de mim adoeceu como ele. Quando o perdi, ficaram muitas saudades e a certeza de que nunca iria dar espaço a mais ninguém", lamentou, ao site da residência.