Ricardo Araújo Pereira, de 50 anos, avançou novos detalhes sobre o que se passa nos bastidores do 'Isto é Gozar com quem Trabalha', programa das noites de domingo da SIC, onde o comediante encabeça uma equipa composta por colegas de profissão.

O humorista foi questionado por Inês Lopes Gonçalves, no podcast 'Não Mandas em Mim': "Tu dizes que não mandas nada, mas inevitavelmente, para quem está de fora, és, não vou dizer o chefe, mas a cabeça daquela equipa. É um bocadinho como naquela série 'Chefe, Mas Pouco...'?" Em resposta, Ricardo Araújo Pereira respondeu positivamente, apontando que essa tarefa pertence a Miguel Góis, seu antigo parceiro nos Gato Fedorento: "Mais rapidamente o Miguel é uma figura da autoridade, que organiza e diz: 'Vai procurar isto', 'Alguém sabe se isto aconteceu', mais do que eu."

Depois, explica: "Não é uma vocação. Não tenho nenhuma vontade disso. A ideia de que o humor tem algum poder é-me estranha por várias razões, não é só uma questão de acreditar. Acredito mesmo que não tem o poder que as pessoas acham que tem, não sou ingénuo de dizer que não tem nenhum, tem o que qualquer intervenção pública tem. Também não gostaria que tivesse, não queria ter responsabilidade."

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Ricardo Araújo Pereira faz ainda novas revelações acerca dos acontecimentos por trás das câmaras: "Chamamos 'xerife' ao Miguel, ele é que é o xerife. Eu sou o bobo, sou o gajo que está a chatear o chefe. O João que é a nossa pessoa das redes sociais, a quantidade de vídeos em que estou a chatear o Miguel ou a enfiar-lhe coisas no ouvido, que é uma prática de que gosto muito, porque reage da forma que eu quero, de profunda irritação. A minha função é essa, estar a irritar todas as pessoas."

No entanto, sublinha: "Quando estamos a escrever o texto, aquilo é uma coisa mastigada, posso dizer que a última palavra é minha, no sentido de: 'Não vou dizer isso'. Nem está em causa se concordo ou não, ou se acho que é bom ou mau, é mais não conseguir fazer o que aquele texto pede, e, aí, se fosse o César Mourão conseguia, porque ele tem capacidades que eu não tenho. É mais: eu não conseguiria dizer aquilo da maneira que isto pede. Coisas desse tipo, com certeza."

Por fim, atira: "A ideia de ter poder sobre os outros, para dar ordens, não tenho laivo nenhum. Havia uma coisa no Gato Fedorento, em que éramos quatro, e às vezes fazíamos votações para decisões como assinar um contrato, famosamente a minha posição era a abstenção. Eles irritavam-se mas não era mau, porque, sendo quatro, podia dar empate. (...) Rejeito instintivamente responsabilidades e poder, acho perigoso experimentar."

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Recorde-se que, para além de Ricardo Araújo Pereira, a equipa do 'Isto é Gozar com quem Trabalha' é composta por Cátia Domingues, Cláudio Almeida, Guilherme Fonseca, Joana Marques, Luís Rodrigues ('Insónias em Carvão'), Manuel Cardoso e Miguel Góis.