Paulo Fonseca, treinador português de 52 anos de idade, está a atravessar o momento mais complicado da sua carreira, pouco depois de ter sido contratado pelo Lyon, de França. O técnico perdeu as estribeiras no final da mais recente partida no campeonato francês e encostou a sua cabeça à do árbitro da partida, após ter sido expulso. O conselho de disciplina da liga não teve misericórdia, apesar do pedido de desculpas e atribuiu-lhe uma suspensão de nove meses. 

A mulher, Kateryna, será o grande apoio do ex-treinador de FC Porto, Sp. Braga e Paços de Ferreira neste pesadelo. Logo depois da decisão, a ucraniana mostrou-se revoltada com a decisão, nas redes sociais. "Nove meses por uns segundos de gritaria? Uma decisão absurda, absolutamente escandalosa e sem precedentes. Quer-se Justiça, por favor, não uma execução política", disse.

Os dois já estão cada vez mais obrigados a batalhar as adversidades. Conheceram-se na Ucrânia, quando Katerina, uma ex-apresentadora de televisão, era secretária do Shakhtar Donetsk, clube que Paulo treinava desde 2016. Acabaram por se casar em 2018. Em 2022, contudo, após o início da invasão russa do território ucraniano, com bombardeamentos, a vida do casal mudou.

Fonseca, que regressara à Ucrânia para estar com a família após ter sido trocado na AS Roma por José Mourinho, foi obrigado a fugir do país com a sua família, com o trio a fazê-lo através de um autocarro fornecido pela embaixada portuguesa, numa viagem que durou quase um dia inteiro, fruto do rebentamento de bombas nas proximidades, tendo depois tranquilizado amigos e admiradores quando chegou à Roménia.

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Segundo a 'Flash!', Paulo e Kateryna viajaram depois para Portugal, com o técnico a alugar uma casa num condomínio de luxo na Margem Sul para estar com a família. Posteriormente, em 2023, tiveram o segundo filho em comum, Christian – o primeiro, Martim, nasceu em 2019, e o treinador tem mais dois filhos do matrimónio anterior. 

No capítulo profissional, seguiu-se um trabalho positivo no Lille, que o levou a ser requerido pelo AC Milan. No regresso a Itália, as coisas não correram bem e acabou por ser despedido pela direção do clube, com o substituto, novamente um português, Sérgio Conceição, a ser praticamente anunciado durante o seu último jogo.

No início da sua carreira em Lyon, o pior aconteceu, com este contratempo de grandes dimensões que o poderá impedir de estar próximo dos relvados franceses durante quase um ano. John Textor, proprietário dos lioneses, já assegurou manter a confiança em Paulo Fonseca, não obstante as limitações. 

Aliás, o panorama político atual foi mesmo uma das justificações que amigos próximos do treinador mencionaram para um ato que, de acordo com quem o conhece, não faz parte da sua personalidade. Segundo o 'Zerozero', fontes ligadas a Paulo Fonseca referem que este está consternado pela chegada de Donald Trump ao poder e à interrupção da ajuda à Ucrânia por parte dos Estados Unidos, situação a que o próprio aludiu na conferência de imprensa que antecedeu o jogo da Liga Europa desta quinta-feira entre Lyon e FCSB, na Roménia. "São dias difíceis que têm deixado marca na minha vida. Estou muito nervoso agora porque a Ucrânia está na minha vida e no meu coração. O que tem acontecido deixou-me tenso", afirmou.

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A realidade é que, dado o castigo não se aplicar a jogos europeus, Paulo Fonseca voltou a sentar-se no banco nesta quinta-feira e com razões para sorrir: venceu o emblema de Bucareste (1-3) na primeira mão dos oitavos de final e foi amplamente apoiado por plantel e equipa técnica. "O mais importante hoje é que percebi que tenho muita sorte por ter esta grande equipa. Foi um momento emotivo", declarou. Veremos agora o que reservam os próximos capítulos para Fonseca, que já frisou estar a considerar recorrer da decisão.