Estrelas O que escondem contas dos famosos? Caso 'Santana Lopes' abre investigação aos milhares ganhos em comissões
A última semana trouxe notícias desoladoras para Carolina Patrocínio e Tiago Teotónio Pereira, que viram o antigo agente da Notable Manuel Santana Lopes, que também era seu amigo pessoal, burlá-los num desvio de dinheiro que superará os 300 mil euros e que é relativo às comissões que a agência pagava às figuras públicas.
O caso chegará em breve às mãos do Ministério Público, que tem agora uma excelente oportunidade para passar não só as contas de Santana Lopes como também dos famosos e das agências que os representam a pente fino, ajudando a explicar de que forma milhares e milhares de euros circulam entre marcas, a empresa e as ditas figuras públicas e se tudo está a ser feito com total transparência.



Fontes ouvidas pela TV Guia referem que esse pode ser um terreno “pantanoso” que não interessa a ninguém explorar e questionam o facto de como será possível que, ao longo de três anos - o tempo em que terão decorrido as burlas - ninguém se tenha apercebido das burlas ou verificado, a dada altura, se tinha recebido as comissões acordadas. “Este processo pode ajudar a esclarecer muitas questões deste tipo de agências, que parecem viver numa bolha à parte daquilo que é a realidade de muitas empresas”, diz uma fonte.
Depois da notícia, paira no ar a sensação de que nem tudo pode ter sido contado, deixando não só a Notable como outras agências de figuras públicas mais expostas ao escrutínio.
Para perceber como funcionam as agências de figuras públicas, tudo começa no momento em que um determinado famoso recorre a uma destas entidades para gerir a sua carreira. Pagam uma espécie de mensalidade à agência que, em contrapartida, gere momentos de crise, emite comunicados, define estratégias de imagem e negoceia parcerias vantajosas e contratos publicitários com marcas. Nesses acordos, parte do montante recebido fica para a dita agência, que estabelece qual o valor em cada trabalho que cabe à figura pública, as chamadas comissões. Daí que se questione como é que estas duas figuras públicas nunca repararam nas divergências. Seriam estes valores – que ascendem aos 300 mil euros – insignificantes nas suas contas bancárias? Delegavam essas funções em terceiros que, de alguma forma, terão falhado, ou sido negligentes? Confiaram totalmente no processo ao ponto de nunca terem checado a faturação? E a direção financeira da agência, o que tem a dizer sobre tudo isto? Será Manuel Santana Lopes, afinal, um génio do crime ou ter-se-á apercebido de lacunas e espaços cinzentos que lhe permitiram perpetuar as burlas? Estas são questões que podem conhecer resposta com o decorrer deste processo, que chegará aos tribunais nos próximos tempos.
Leia na íntegra na edição desta semana da revista TV Guia.