Há sete meses que José Castelo Branco aguardava pela acusação formal do Ministério Público, que conheceu agora a luz do dia e não foi branda para o português, de 61 anos, acusando-o de ter uma conduta violenta ao longo de todo o casamento com Betty Grafstein. No documento, a que a TV Guia teve acesso, o português é descrito como violento e manipulador, com base em 14 testemunhos ouvidos em sede de inquérito.

“O arguido atuou com o propósito concretizado de maltratar Betty Grafstein, molestando-a no seu corpo e saúde psíquica, injuriando-a e atemorizando-a, bem sabendo que era a sua mulher e ciente da idade desta (96 anos), pelo que devia assumir perante ela um comportamento compatível com a relação que mantinham e de que tinha para com ela um especial dever de respeito, ao invés, atingiu-a na sua dignidade pessoal, causando nela humilhação e uma permanente sensação de medo e insegurança”, pode ler-se no documento.

Um dos depoimentos considerados fulcrais é o da empresária angolana Marcella Fernandes, que garante ter presenciado várias cenas de violência física e psicológica, nos dias que antecederam o internamento de Betty.

“No dia 23 de março de 2024, o arguido e a Betty Grafstein foram jantar com uns amigos no restaurante Monsanto's Open Air, em Lisboa. Antes do jantar, a Marcella Fernandes encontrou-se com o casal no Hotel Inglaterra. Nessa ocasião, o arguido gritou com a Betty Grafstein e esteve a vesti-la, tratando- a como se fosse um boneco. Depois, o arguido forçou-a a calçar uns sapatos que causavam dores na vítima. A vítima chorava e queixava-se, momento em que o arguido gritou 'stop crying' (pare de chorar). O arguido acabou por desistir e foi buscar outros sapatos. Betty Grafstein aproveitou esse momento para sussurrar a Marcella: 'Help Me' (Ajude-me)", pode ler-se no despacho, onde é descrita também a cena que, alegadamente, levaria Betty a ser hospitalizada, em Cascais.

“Entre os dias 18 e 19 de abril de 2024, em data e hora não concretamente apuradas, no Hotel Inglaterra, no interior do quarto onde estavam hospedados, o arguido empurrou a vítima Betty Grafstein, fazendo-a cair no chão”.

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Além destes episódios são ainda relatados outros em que Castelo Branco terá apertado “o pescoço da Betty Grafstein" ou atirado uma frigideira com óleo a ferver ao chão, durante um momento tenso.

São apenas alguns dos episódios que fazem com que esteja acusado de violência doméstica agravada, com uma moldura penal que, no caso de uma condenação, pode ir de um a cinco anos de prisão efetiva.

Apesar da dureza da acuasação, a TV Guia sabe que a defesa do socialite pondera requerer a abertura da Instrução, por considerar que há várias fragilidades e incongruências nos testemunhos de Marcella Fernandes, Abel Dias, Roger Basile, filho de Betty, e até mesmo de alguns profissionais da CUF, que deverão ser contestados.

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Leia a notícia na íntegra na edição desta semana da revista TV Guia.