Estrelas Com novo romance sobre animais, José Rodrigues dos Santos compara matadouros a Auschwitz

José Rodrigues dos Santos tem um novo romance intitulado 'O Jardim dos Animais com Alma’, um livro policial sobre uma morte no Oceanário de Lisboa, que tem uma componente muito preponderante relacionada com o mundo animal. Em entrevista à TV Guia, explicou o que o levou a escolher este tema: "Leio muitas revistas científicas e comecei-me a aperceber que havia descobertas importantes do nível da cognição animal, da sua inteligência e emoções", começou por afirmar o jornalista, de 57 anos.

"Apercebi-me que havia um paradigma racionalista que dizia que os animais são como robôs. Se dissecar um cão vivo, ele vai gemer. Mas para essas pessoas não estava a sofrer, era a mesma coisa que abrir um relógio", continuou o pivô da RTP. "Há agora um conjunto de descobrtas que coloca em causa o papel do homem no planeta. Está-se a descobrir que os animais são inteligentes, racionais, sabem contar. Têm emoções, sentem amor e ódio".

Rodrigues dos Santos deu ainda um exemplo que representa a sua indignação: "Se descobrimos que as galinhas têm uma inteligência muito mais elevada do que pensamos, dizem bom dia e boa noite, têm nomes para as pessoas e coisas, têm uma linguagem. Mas comemos galinhas todos os dias, estes animais são conscientes. Têm inteligência, emoções e matamo-los? Então nós, que nos indignamos com o que se passou em Auschwitz e nos gulags, temos isso à porta de casa? O que é que nos distingue do que os nazis ou os comunistas fizeram nos seus campos de concentração? Nada! É a mesma coisa", referiu à TV Guia.

Por este mesmo motivo, o romancista revelou também que alterou a sua dieta, de forma drástica: "Deixei quase de comer carne. Como uma vez por semana ou uma vez em cada duas semanas e só porque faz parte da dieta humana. Mudei radicalmente a minha alimentação", rematou.