Herman José tem 70 anos de idade e prepara-se para comemorar meio século de carreira, com espetáculos no Campo Pequeno, em Lisboa (dias 4 e 5 de outubro), e no Super Bock Arena, no Porto (19 de outubro). Antes dessas datas, que merecem ser festejas com pompa e circunstância, o humorista começou a dar entrevistas a vários órgãos de comunicação social, como a TV Guia. No sábado, 14, por exemplo, recebeu em sua casa, na Lapa, Daniel Oliveira, para o programa 'Alta Definição', na SIC.  

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E é incrível a história de vida de Herman José, que se considerava "um canastrão", quando estava a dar os primeiros passos como artista, e como hoje, ao fim de 50 anos, é a maior referência do humor em Portugal. “Lembro-me de estar numa tertúlia com o Nicolau Breyner e o António-Pedro Vasconcelos… Todos eles tinham 30 anos e eu sentia-me o maior dos canastrões. Para já, não sabia entrar nas conversas e, depois, toda a facilidade como cada um deles dominava a sua arte… Eu não dominava nada!“

O relato de Herman José ao diretor de Programas da SIC chega a parecer um exagero, pois, segundo diz, chegava ao palco e não gostava da sua voz e também não sabia como se havia de mexer. "Depois, pegava nos textos e também não lhes achava piada, porque todos eles tinham um cheiro a mofo que me irritava. Portanto, durante muito tempo, vivi muito desconfortavelmente… A Maria Elisa convidou-me para fazer com o Júlio Isidro o ‘Passeio dos Alegres’ e, quando tivemos uma reunião, o meu querido Júlio disse-me que não havia dinheiro…"

O segredo do sucesso estava perto e o humorista percebeu isso, pouco depois. Perante tanto “desconforto” naquela situação, decidiu arregaçar as mangas e começou a escrever: “Comecei a fazer os meus próprios textos, começo a ter o meu primeiro grande sucesso e descobri: ‘Espera aí, que eu sou autossuficiente."

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