José Carlos Pereira, de 45 anos de idade, foi forçado a lidar com a morte do seu pai, Xavier, no dia do seu mais recente aniversário, a 17 de novembro. Em entrevista exclusiva à TV Guia, o ator fala da relação que tinha com o progenitor e revela algumas das últimas palavras que trocou com ele.

O seu pai faleceu no seu dia de anos?

Estava no Brasil a fotografar para uma revista para celebrar o meu aniversário. Estávamos na piscina a fotografar. A minha mãe liga-me a gritar. Larguei tudo e desapareci durante quase um dia. Foi como se me tivessem tirado o chão. Fazia 45 anos naquele dia, não os celebrei.

Esclareça-nos: vocês tinham um bom ou mau relacionamento?

Eu digo sempre que tínhamos um bom relacionamento. Falávamos sempre. Mas o meu pai tinha um temperamento muito, mas muito complicado. Era uma pessoa extremamente autoritária, egocêntrica, e tinha de ter sempre razão. Mas sempre que precisei, ele esteve lá. Isso nunca vou esquecer.

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A ideia que tenho é que os seus pais sempre o apoiaram.

Sempre! Quer o meu pai, quer a minha mãe. Sou filho único e sempre tive o apoio deles, cada um à sua maneira. A minha mãe, se calhar, com mais carinho, o meu pai de maneira austera. Quando era necessário, ou eu precisava de ajuda, fosse para o que fosse, ele voltava às bases e ajudava-me.

Agradeceu-lhe isso?

[Pausa] No leito da morte, dias antes, tive oportunidade de lhe dizer que quem me dera um dia ser tão pai para os meus filhos como ele foi para mim.

Voltou do Brasil a tempo do funeral?

Não, foi complicado. Os bilhetes estavam a um preço exorbitante. Tinha pessoas cá a tratar das coisas e, quando voltei, estive duas semanas só a tratar de papéis. Só depois é que consegui fazer um novo funeral, só para mim e para a família mais próxima. Fui depositar as cinzas junto dos pais na terra dele. Ele tinha-me pedido a mim para fazer isso.

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