Estrelas Os anos dourados de Joana Marques: como a humorista ganhou tanto em tão pouco tempo
Joana Marques é, sem sombra de dúvida, a humorista que mais tem feito furor em Portugal nos últimos tempos – o único rival que tem na indústria é Ricardo Araújo Pereira, para quem trabalha na equipa do 'Isto é Gozar com quem Trabalha', programa de sucesso da SIC, cujo regresso está agendado para o dia 7 de setembro, naquela que será a sétima temporada.
Há já cinco anos que Joana Marques trabalha com o ex-Gato Fedorento, mas só recentemente é que a humorista viu o seu êxito traduzido num 'boom' financeiro. Como foi revelado recentemente pelo 'Página Um', as demonstrações financeiras do ano de 2024 da Marques Leitão, empresa que é detida por ela e pelo marido, Daniel Leitão, também humorista na rádio, exibem um saldo de mais de 1,2 milhões de euros, com lucros de 600 mil euros. No documento contabilístico análogo do ano de 2023, a faturação era de "apenas" 484 mil euros, significando que quase triplicou.
Para isto contribuíram vários fatores, para lá, claro, da consolidação do 'Extremamente Desagradável', a rubrica de sua autoria na Renascença e pelo qual é maioritariamente conhecida, já que, para além dos números radiofónicos, é também o podcast mais ouvido em Portugal nas plataformas de streaming.
Foi também em 2024 que Joana Marques protagonizou o espetáculo 'Desconfia', paródia dos eventos de autoajuda, nomeadamente do 'Cristina Talks' de Cristina Ferreira, que encheu o Meo Arena em duas datas consecutivas, e que contou com diversos convidados de renome. A isto acrescem-se ainda os convites para dar a cara por várias marcas em anúncios publicitários televisivos.
Indiretamente, contou ainda com a ajuda dos Anjos, que a processaram, exigindo uma indemnização num valor que ultrapassa um milhão de euros, por causa de um vídeo satírico no Instagram acerca da interpretação dos irmãos Rosado do hino nacional no grande prémio de MotoGP no Algarve, em 2022.
Refira-se que, não obstante a subida exponencial de atenção em tempos recentes, é um trilho que teve início há mais de uma década. Depois de ter sido guionista, recebeu a oportunidade de ter um programa, ao lado do companheiro, no Canal Q, intitulado 'Altos e Baixos': munido de suporte de imagem, com algumas vítimas parecidas... como Gustavo Santos, e acabou mesmo por ser a inspiração do 'Extremamente Desagradável' (e do 'Seja o que Deus Quiser'), como a própria admitiu no podcast 'Geração 80': "[O 'Extremamente'] é a rubrica herdeira do 'Altos e Baixos'. O título vem da Inês Lopes Gonçalves. Nunca fui boa nisso".
Foi, depois, a ida para a Antena 3, onde já trabalhava com Ana Galvão, que se tornaria a sua "parceira de crime" na Renascença, que acabou por mudar de forma indelével o seu percurso. A ligação entre as duas fortaleceu-se no evento solidário 'Toca a Todos' e teve sequência com o programa de entrevistas do qual eram anfitriãs, 'As Donas da Casa'.
Seguiu-se ainda na rádio pública a criação do 'Extremamente Desagradável', na altura, com episódios que tinham durações mais curtas do que hoje em dia. Foram 227 episódios, com Inês Lopes Gonçalves, Ana Markl e Luís Oliveira, até que Joana Marques se transferiu para a Renascença, que lhe deu a oportunidade de prosseguir com a rubrica, menos de dois meses depois e o resto, como se diz, é história.