Estrelas Arrepiante! Como o álcool destruiu a família de Ricardo Castro e o fez passar por um pesadelo na infância ao ver o pai bater na mãe
Habituado a fazer rir os portugueses com personagens inesquecíveis, Ricardo Castro, de 46 anos de idade, deu este sábado, 5 de julho, um testemunho surpreendente ao programa ‘Alta Definição’, da SIC. E, pela primeira vez contou todo o pesadelo que enfrentou na sua infância.
Logo no início da conversa, Ricardo Castro admitiu que o pior momento da sua vida foi quando ficou sozinho com a mãe, por altura do divórcio dos pais. Tinha, à época, 13 anos de idade. “Deixa muitas cicatrizes que estão saradas, algumas que às vezes libertam um bocadinho de sangue. Mas a minha mãe passou por muito, tomava muita medicação e eu tinha que cuidar dela”, começou por recordar.
"Era um alcoolismo terrível, uma dependência até se sentir atordoado"
Em seguida falou sobre a forma como a sua família se desmoronou devido aos problemas de alcoolismo do progenitor. “Era um alcoolismo terrível, uma dependência até se sentir atordoado. Tinha pena, vergonha, quando ia a reuniões de pais da escola mesmo alcoolizado, colegas meus a olharem porque se apercebiam, os pais deles”, lembra.
Por diversas vezes, Ricardo Castro sentiu a sua vida em perigo. “Na condução, o ir lá atrás [no carro] e ver um pai a conduzir que nem um louco, sentir que a estrada está a fugir, que a qualquer momento pode acabar”, confidencia. Tudo isto o deixou com muito medo. Medos esses que demoraram muito a ser ultrapassados.
Perante tudo isto, o ator sempre quis foi defender a mãe e protegê-la de tudo, bem como ao irmão, Gonçalo. “A pior sensação que tive na minha vida, era quando sentia a chave à porta, nunca sabia como é que o meu pai estava. Tive várias crises de ansiedade. É horrível, é triste, é mau, faz mal a toda a gente”, afirma.
"Lá em casa, sempre nos habituámos a ver armas, cartuchos, o meu pai era caçador. Eu e o meu irmão escondíamos as munições, sempre com medo do que pudesse acontecer"
Ricardo Castro testemunhou várias cenas de violência e chegou a cortar relações com o progenitor. Mas, antes do fim do pesadelo, teve mesmo que se colocar à frente da mãe para evitar que esta fosse agredida. “Fi-lo muitas vezes. Lá em casa, sempre nos habituámos a ver armas, cartuchos, o meu pai era caçador. Eu e o meu irmão escondíamos as munições, sempre com medo do que pudesse acontecer”, descreve.
A família viveu isto em silêncio e somente alguns amigos e os avós sabiam do que se passava em casa. “Os meus avós sabiam, muitas vezes iam lá acudir, mas apareciam tarde demais”, frisa, não escondendo que nunca havia falado sobre este tema com vergonha. “Sempre escondi, achei que era uma fragilidade, não suportava a pena, não queria que as pessoas tivessem pena de mim”, destaca.
Com o divórcio dos pais, tudo se recompôs e apesar das dificuldades, deixou de presenciar momentos tão tristes.